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O senador Suplicy sempre foi considerado um homem honesto e um dos poucos políticos preocupados com a moralidade e com a ética política. Pelo menos por mim, em meus tempos de militância pró PT, Suplicy sempre foi considerado como um dos pilares do partido e um dos homens que poderiam manter o PT na linha a qualquer preço.
Mas, o tempo passou e o PT chegou ao poder. A debandada de membros históricos e que ajudaram a construir o partido desde os mais tenros princípios da ideologia petista, durante o primeiro mandato de Lula, ainda me convenceu de que havia um certo radicalismo exagerado e que Lula estava levando o PT a um novo patamar na política nacional: o de um partido maduro e que entendia que o radicalismo exagerando anti-EUA e “anti-tudo-que-é-burguês” era muito bonito nos bancos das faculdades e no plenário da UNE. Mas que, na vida prática de uma nação, esse radicalismo pode ser pernicioso para o bem maior da nação.
Mas, ao ver no que o PT se transformou; compreendo o que fez com que todos aqueles antigos petistas deixassem o partido, enojados e revoltados com o rumo que ele estava tomando. Aliando-se ao PMDB de forma a alimentar o fisiologismo e a tradicional sede de poder que esse partido sempre nutriu, o PT acabou corrompendo-se e servindo a um Deus nada magnânimo e bondoso: a vaidade.
Lula se cerca de bajuladores e navega nas estatísticas forradas e inchadas pelos efeitos dos “bolsas-esmola” e esquece que uma nação não pode ser construída só com uma boa economia. As antigas bandeiras de saúde, educação, saneamento básico, justiça, liberdade e ética na política foram esquecidas ou substituídas por um pragmatismo fisiológico e corrosivo.
Suplicy, durante todo auge da crise do senado, portou-se como um omisso e um monumento a banalidade e a insignificância. Diante das gravíssimas acusações e das enormes afrontas que o partido e os demais senadores faziam a pobre e exaurida ética; Suplicy preferiu cantar uma linda canção em inglês a demonstrar qualquer indignação ou revolta diante daquele quadro lastimável.
Agora, depois do mal feito. Do triunfo dos maus e da morte da ética; Suplicy esboça um teatro do absurdo querendo posar de bom moço e de último guerreiro da ética. Heráclito Fortes (DEM-PI), senador pelo qual não nutro qualquer simpatia, foi feliz em demonstrar a enorme hipocrisia contida no ato ridículo de um homem que simplesmente abdicou de ser “um grande” para tornar-se um ridículo bobo da corte e um bufão omisso. A postura de Suplicy de ir “beijar a mão” de Sarney antes de atacá-lo na tribuna com a veemência estudada e claramente forçada só não é pior do que a “irrevogável revogável” renúncia de Mercadante. Este, pelo menos, se manifestou e assumiu o seu papel fisiologista. Mostrando a sua verdadeira face ante o povo estupefato que o assistia e dele esperava um gesto de honra e de força.
Suplicy tentou buscar os louros de uma vitória na luta pela ética. Mas, apenas demonstrou que é mais um a usar a vontade do povo e a confiança sobre ele depositada, por mais de uma geração de eleitores, para aparecer e para tentar conseguir algum proveito eleitoral dessa crise gravíssima e que pode ter consequências imprevisíveis.
E você leitor, o que pensa disso?
Como sempre, Arnaldo Jabor, traduz muito bem o momento em que vivemos em palavras e trata da omissão criminosa das elites pensantes brasileiras com enorme propriedade. Assista!
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A. Maximus
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