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Qual é a função da polícia?
Essa é, para muitos, uma pergunta quase retórica. A função da polícia é evitar o crime, investigar ocorrências e prender quem atente contra as leis. Mas, a função primordial da polícia é… se fazer presente.
Sim. Da mesma forma que as forças armadas têm a função primordial de dissuadir agressões pela sua simples imposição e existência; a polícia tem a função primordial de se fazer presente e coibir a criminalidade ou a delinquência apenas pela sua mera presença.
Para isso há o patrulhamento ostensivo com policiais fardados em todas as partes do planeta. A figura da autoridade, muitas vezes, é o fator que impedirá alguém de delinqüir. Assim, pura e simplesmente só por “estar ali”, a polícia já cumpre o seu papel.
Mas, e quando isso não ocorre?
Nesses casos, acontece o que vemos em nossas cidades. Uma escalada sem controle e sem limitação da criminalidade. E, essa escalada descontrolada, é a verdadeira responsável pela futura necessidade do uso da violência para retomar o controle de uma localidade dominada pelo crime.
E quando a polícia é omissa?
Aí, vivemos no pior dos mundos. Porque, se a polícia recusa-se a atender aos pedidos do cidadão; caberá apenas o estabelecimento da lei do mais forte. A ausência do Estado, na figura de seu agente repressor, dá ao cidadão comum a difícil escolha entre a morte – nas mãos criminosas de um algoz de ocasião – ou faz com que esse cidadão tome para si o dever de pacificar a ameaça que recai sobre ele – agindo com força igual ou superior ao agressor – correndo o risco de ser morto ou de arcar com o ônus legal de sua ação.
Aqui, no Rio de Janeiro, se você não reside nas áreas turísticas ou em bairros de alto poder aquisitivo são essas escolhas que você deve fazer todos os dias.
Como se já não bastasse a total ineficiência da polícia carioca, que investiga somente de 3 a 5% dos crimes cometidos e só leva aos tribunais uma fração dos autores desses crimes. Nos dias de hoje, a justiça – na figura da prisão de um algoz – só é distribuída para os ricos, os famosos ou para os que têm “a sorte” de ter um assassino conhecido ou que se entregue. Fora isso, as possibilidades de ver o criminoso que matou um ente querido seu ou roubou aquele patrimônio que você levou décadas para comprar, é quase nulo.
Pior ainda é se você precisa do tal 190 – o telefone de emergência – ao discar os números que poderiam salvar a sua vida ou de um familiar, amigo ou etc… você é atendido rapidamente e tem sua reclamação anotada e encaminhada para o batalhão da Polícia Militar local. Mas, definitivamente, isso não garante que a polícia virá.
Por três vezes, em datas diferentes, em momentos do dia diferentes e por crimes diferentes; eu acionei o telefone 190 da Policia Militar do rio de Janeiro. A primeira vez para um “pega” (racha) na minha rua; a segunda vez para averiguação de dois elementos suspeitos que rondavam as casas da minha rua (posteriormente uma vizinha foi assaltada) e ontem (15/11) para uma batida de carro, seguida de briga violenta e ameaças de morte. Em TODAS as ocasiões, estou esperando a viatura da PM até agora…
E olha que fiz questão de me identificar e de dizer que aguardava a viatura em minha residência… nem assim fui sequer comunicado de que os policiais não estavam “a fim” de me atender.
Resta apenas o consolo de saber que tenho meios próprios de me defender com qualquer nível de violência necessário e treinamento para usá-los.
No mais, resta ao cidadão menos afortunado tentar achar uma “vaguinha” no Rio do faz-de-conta que o Governador Sérgio Cabral adora vender.
E que venha a Copa….
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POLÍCIA, BANDIDO, SEGURANÇA E O RIO DO FAZ-DE-CONTA.
