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Direito, Advogados e OAB

NOTA PÚBLICA DA O.A.B.

Enviada pelo leitor: Gustavo P. Guedes.

 

O Senado está em estado de calamidade institucional. A quebra de decoro parlamentar, protagonizada pelas lideranças dos principais partidos, com acusações recíprocas de espantosa gravidade e em baixo calão, configura quadro intolerável, que constrange e envergonha a nação. A democracia desmoraliza-se e corre risco.

A crise não se resume ao presidente da casa, embora o ponha em destaque. Mas é de toda a instituição – e envolve acusados e acusadores. Dissemina-se como metástase junto às bancadas, quer na constatação de que os múltiplos delitos, diariamente denunciados pela imprensa, configuram prática habitual de quase todos; quer na presença maciça de senadores sem voto (os suplentes), a exercer representação sem legitimidade; quer na constatação de que não se busca correção ética dos desvios, mas oportunidade política de desforra e de capitalização da indignação pública.

Não pode haver maior paradoxo – intolerável paradoxo – que senadores sem voto integrando o Conselho de Ética, com a missão de julgar colegas. Se a suplência sem votos já é, em si, indecorosa, torna-se absurda quando a ela se atribui a missão de presidir um órgão da responsabilidade do Conselho de Ética.

Em tal contexto, urge fornecer à cidadania instrumentos objetivos e democráticos de intervenção saneadora no processo político. A OAB encaminhou recentemente ao Congresso Nacional, no bojo de proposta de reforma política, sugestão para que o país adote o recall – instrumento de revogação de mandatos, aplicável pela sociedade a quem trair a delegação de que está investido.

Trata-se de instrumento já testado em outras democracias, como a norte-americana, com resultados positivos. O voto pertence ao eleitor, não ao eleito, que é apenas seu delegado. Traindo-o, deve perder a delegação. Não havendo, porém, tal recurso na legislação brasileira, prosperam discursos oportunistas, como o que sugere a extinção do Senado. A OAB é literalmente contra a extinção do Senado.

O Senado não pode ser confundido com os que mancham o seu nome. Precisa ser preservado, pois é o pilar do equilíbrio federativo. Diante, porém, do que assistimos, a sociedade já impôs à presente representação o recall moral. O ideal seria a renúncia dos senadores. Como não temos meios legais de impor esse ideal – único meio de sanear a instituição -, resta pleitear que se conceda algum espaço à reforma política, senão para salvar o atual Congresso, ao menos para garantir o futuro.

Cezar Britto – Pres. do Conselho Federal da O.A.B. Brasil

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Nota do Editor: A situação pela qual nosso país está passando nos últimos tempos só pode encontrar paralelo nos anos que antecederam aos negros dias do Golpe Militar de 1964. O povo está apático e inerte, os políticos preocupados apenas com suas próprias barrigas ou em enriquecerem a todo custo. Enquanto isso, a nação padece uma carência enorme de homens com coragem para mudar tudo isso.

Os desmembramentos dessa situação de calamidade são imprevisíveis. Podem ir do absolutamente nada (como a apatia popular parece desejar) até o mais profundo mergulho na escuridão da repressão (o que, graças aos céus, não acredito que aconteça). De qualquer forma, se o eleitorado nacional não compreender que é dele a responsabilidade pela mudança; cedo ou tarde nosso país entrará num turbilhão sem volta.

Pensem nisso.

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