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Quando a geração e distribuição da energia elétrica foram privatizadas no Brasil de FHC, o discurso reinante era o da melhoria e do fim das privações. Realmente isso aconteceu, as empresas se modernizaram e o serviço melhorou muito. Particularmente, onde moro, sequer lembro a última vez que “faltou luz” por aqui.
O governo Lula deu continuidade ao trabalho e fez um ótimo serviço ao promover a interligação de todas as linhas de transmissão de energia do país, algo que sinceramente não compreendo porque nunca havia sido feito antes. O sistema elétrico brasileiro está jorrando energia e tem os reservatórios abarrotados.
Mas, afinal de contas, o que aconteceu ontem? Quer tenha sido um problema atmosférico, uma falha em Itaipu, problemas nas linhas de transmissão, o Segundo Advento de Cristo ou o Apocalipse; a verdade que salta aos olhos é a vulnerabilidade de nossa rede de transmissão e o descaso com o qual o setor vem sendo tratado pelas agências responsáveis por sua fiscalização.
Aliás, essa é a grande falha do governo Lula. As tais “agências reguladoras” nada regulam e servem apenas como um cabide de empregos para apadrinhados e amigos dos amigos. Como esperar que a ANEEL ou a OMS, responsáveis pelo setor, cobrem e cumpram o propósito para o qual foram criadas se seus dirigentes recebem benesses das empresas e o relacionamento entre essas agências e as empresas é, no mínimo, tendencioso. A exemplo do que aconteceu com a ANATEL e com a ANAC; essas agências representam muito mais os interesses das empresas do que os do povo.
Cobrar a modernização e a proteção do sistema para impossibilitar esse terrível efeito cascata, que levou o caos a dez estados do país, é dever dessas agências e função do governo federal. Abdicar disso em nome de interesses políticos, ou interesses outros que não os relacionados ao bom funcionamento do setor, deve ser considerado uma violação grave e receber uma punição, além de eficaz, rápida educativa.
Infelizmente, esse pensamento não tem sido a tônica do governo do presidente Lula. Principalmente se alguém “da base aliada” estiver à frente desses órgãos ou tenha indicado seus dirigentes.
Criar formas de estancar os problemas, para que não se espalhem por toda a rede, minimizando os estragos e estancando o mal antes que ele se propague; é uma ação que já deveria ter sido pensada e realizada faz tempo. Criando formas de contornar as áreas com problemas e mantendo a geração e distribuição de energia livre para a maior parte do território nacional.
Afinal de contas, um país que almeja ser uma grande potência não pode ficar a mercê da natureza, de ataques diversos ou de qualquer outra forma de acidente que paralise a distribuição de energia para quase todo o país.
Pense nisso.
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