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Finalmente um dos erros mais idiotas que o Brasil vinha cometendo, desde a redemocratização do país, começou a ser combatido: o desmonte das Forças Armadas Brasileiras.
Cometendo o mesmo erro de uma alta funcionária do MEC, ao classificar o aprendizado de política, de cidadania e de elementos do civismo como “coisas da ditadura”; os governos que se seguiram ao fim do domínio militar preferiram abandonar as forças armadas brasileiras ao completo abandono e ao sucateamento.
Falta de recursos? Problemas de gestão? Prioridades divergentes? Nada disso. O que aconteceu nos governos Sarney, Itamar, FHC e durante todo o primeiro mandato de Lula foi meramente um revanchismo idiota de alguns “visionários” da esquerda imbecil que temiam equipar e aparelhar nossas Forças Armadas e despertar a “sanha de poder” dos generais.
O resultado foi um país continental e repleto de riquezas cobiçadas por nações amigas e inimigas completamente desarmado e sem condições sequer de patrulhar seu próprio território. Ao invés de presença maciça nas vastíssimas fronteiras de selva, de mar e de rios; o abandono e a negligência criminosa responsável pela total invasão de armas, drogas e toda sorte de produtos contrabandeados pelas imensas terras abandonadas que são as nossas imensas fronteiras.
Com essa negligência criminosa; sofreram as grandes cidades e os pequenos povoados amazônicos. As primeiras com a transformação dos bandidos em guerrilheiros fortemente armados e os segundos com, até mesmo, ações diretas de guerrilheiros estrangeiros e de traficantes que invadiam nosso território e ameaçavam nossos cidadãos completamente indefesos. O governo se limitava a negar que essas ações ocorressem. Mas, os mortos, feridos e sequestrados (conhecidos e pranteados nessas comunidades) eram frequentemente contados pelos militares.
Agora, Lula finalmente compreende que uma nação tão rica e que tem tudo para se tornar uma das mais poderosas economicamente do continente (e do mundo), não pode ter como defesa de seu vastíssimo território caças com mais de trinta anos de operação. Um país com riquezas tão vastas em suas costas e além delas; não pode ter como defesa navios obsoletos e dois únicos submarinos em condições de operar.
A compra desses novos equipamentos e, em especial, a transferência de tecnologia que possibilitará ao Brasil dar um salto nessa indústria, poderá representar a redenção de nossas forças armadas e possibilitar ao Brasil as condições de dissuasão que são necessárias para impedir qualquer sonho louco que possa passar pela cabeça de algum aprendiz de ditador vizinho ou mesmo de uma nação mais distante.
É claro que nunca estaremos no mesmo nível que as grandes potências militares mundiais. Até porque o Brasil nunca teve uma vocação beligerante. No entanto, devemos ser capazes de defender as nossas próprias fronteiras e nossas riquezas. E hoje, caro leitor, isso não é possível.
Ao invés de ampliarmos as unidades militares; o governo vinha fechando quartéis. Ao invés de mantermos nossos soldados profissionais, inclusive os que tinham experiência em combate; o governo preferiu desligá-los para que não alcançassem a estabilidade no serviço militar (10 anos de serviço). O resultado foi um só: A maioria, sem emprego e sem oportunidades, preferiu unir-se ao tráfico e hoje treina as “tropas” marginais, as “milícias” paramilitares ou está lutando pelos EUA (nas forças regulares ou na Blackwater). Ficamos, portanto, com recrutas e com soldadinhos de academia.
O Brasil foi a única força expedicionária estrangeira a ser condecorada por bravura durante a 2ª Guerra Mundial. De “buchas” enviados para a morte pelos americanos, apenas para ganhar tempo, até que as forças principais se alinhassem; os brasileiros se mostraram criativos, lutadores ferozes e desbancaram até unidades “SS” de elite em batalhas históricas. É de um piloto brasileiro, abatido atrás das linhas inimigas, o recorde de fuga em território inimigo (uma história sensacional completamente esquecida e abandonada por nós; mas que seria transformada num épico se o protagonista fosse norte americano).
O militar profissional brasileiro é temido e respeitado por todas as unidades combatentes do mundo. Muitos dos famosos Seals, Marines e outras unidades “das zelites” vieram aqui aprender nossos truques e nossas técnicas de combate. Relegar nossas unidades militares a penúria, ao abandono e a uma condição de miséria nunca vista é um crime e uma irresponsabilidade com o futuro e com as riquezas que nosso solo abriga.
O primeiro passo foi dado por Lula. Mas, ainda há muito que ser feito para garantir que o Brasil possa fazer frente à sanha de traficantes, guerrilheiros oportunistas e nações “amigas” (que queiram deixar de ser tão amigas assim de uma hora para outra).
Pense nisso.
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