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A grande grita da sociedade que imagina o Brasil como uma nação livre, igualitária, poderosa e democrática sempre foi a defesa das liberdades reconquistadas após o Golpe Militar de 1964. Desde o governo do general João Figueiredo e da abertura democrática, a sociedade armou-se para cultivar os valores que tanto prezava e que fizeram do Brasil o tal “paraíso tropical” cantado em prosa e verso.
É claro que para se tornar um verdadeiro paraíso, o Brasil precisa mudar muito. No entanto, algumas conquistas foram fruto da luta de democratas e idealistas que deram sua contribuição em sangue, suor e lágrimas durante os “anos de chumbo” e eram tidas como consolidadas; precisando apenas um amadurecimento e um aprofundamento. Eram elas: o livre pensar, o livre expressar, a ausência de influência do Estado no pensamento do cidadão (censura) e um convívio harmônico e respeitoso entre os poderes.
Mas, aí chegou ao poder o PT. Através de Lula, a proposta inovadora de mudança e de transformação da política nacional em algo mais palatável, mais moral e mais ético foi irresistível para os brasileiros. Além disso, a idéia de um governo que atacasse a miséria crônica e resolvesse os problemas na educação, na saúde e na infraestrutura do país era sedutora.
No fim, Lula e o PT desprezaram os milhões de votos e optaram por rasgar todos os planos, dos tempos em que era oposição, e esqueceram as promessas de campanha de forma rápida e surpreendentemente sem escrúpulos. Pouco antes de ser apanhado em “calças curtas” (ou seriam arriadas?), no episódio do Mensalão, viram-se chantageados pelos caciques do PMDB e, ao invés de conclamarem a grande massa para apoiá-los na batalha, optaram por pactuarem com os setores mais retrógrados de nossa política. Abandonavam ali o povo e qualquer ilusão de que haviam subido ao poder para mudar o país. Passaram a ser apenas “mais um”; num enorme mar de lama, falcatruas, mamatas e maracutaias de toda espécie.
Envolvidos e arrastados para o fundo da lama; as principais cabeças do PT: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e tantos outros; acabaram fazendo com que o partido ficasse impedido de apresentar uma figura “de ponta” para a sucessão do presidente Lula.
A “criação” da figura de Dilma para candidatar-se à Presidência foi à única saída para viabilizar uma campanha em que o PT fosse protagonista. A suprema humilhação viria ao não se conseguir um nome que pudesse ser construído para ocupar a vaga, do presidente mais popular da história, sem estar maculado pelos escândalos de corrupção ou pela ineficiência e a inércia que acompanharam os ministérios de vários “companheiros”.
Mas, então, ressurgiu das cinzas a figura execrada de José Dirceu que é, na verdade, a real face por trás de Dilma e o retrato definitivo do novo PT. É ele quem dita o tom da campanha e é ele quem determina o que será ou não implementado. Atrevo-me mesmo a dizer que será ele a governar o país de fato, após a eleição de Dilma. Esta, por sua vez, cumprirá o seu papel de mera “Eminência Parda” atuando como fantoche de seus criadores.
Desqualificada e visivelmente desconhecedora da realidade nacional, dos desafios do cargo e da representatividade política necessária para exercê-lo; Dilma é apenas uma fachada, um arcabouço de disfarce para o verdadeiro governante que será o nosso amigo mensaleiro José Dirceu.
Se você, leitor, acha que estou delirando ou que isso tudo é muita imaginação; basta ler na íntegra o discurso que José Dirceu proferiu – sem saber que a imprensa estava presente – em um evento sindical nesta semana (veja aqui).
Novamente, vieram à tona os tais planos de governo – que Dilma disse ter apresentado “por engano” ao TSE – e a pregação bolchevique anacrônica – já derrotada na prática histórica e real de diversos países – está presente.
A imprensa e a mídia são o alvo favorito. A afirmação de que “há um excesso de liberdade” é por si só aterradora, pois encerra a mensagem do autoritarismo e da pretensão do controle do livre pensamento e do direito universal do cidadão de informar-se sobre o andamento das coisas em seu país da forma como melhor lhe convir. Além disso, ao afirmar categoricamente que “(…) não se pode admitir isso (…)”, José Dirceu mostra que o empenho do PT é trabalhar para que o cidadão saiba apenas o que o Estado quiser e pense apenas no que o Estado o mandar pensar.
Estranhamente, são sempre os denunciados por falcatruas, mamatas, maracutaias ou aqueles que têm problemas com a justiça que gritam contra os organismos sociais de fiscalização e divulgação de informações. São sempre os criminosos contumazes que se revoltam contra as acusações que expõem as suas práticas espúrias e inverdades. Como líder do mensalão, José Dirceu, tem todos os motivos para enervar-se com as recentes denúncias que mostraram o fato de que a Casa Civil jamais deixou de ser um balcão de negócios para o PT.
Além do discurso, temos fatos que já acontecem e mostram a determinação de corroer os baluartes da democracia em nosso país, transformando a máquina do Estado em uma máquina de moer carne e direitos, atuando com uma truculência só vista nos regimes totalitários mais sangrentos do planeta.
O próprio presidente Lula regurgita ódio político a cada discurso em que tira as divergências programáticas do campo ideológico e as leva para o campo pessoal; transformando-as em ofensa direta a sua pessoa ou uma forma de “conspiração maldita” para depô-lo do cargo ou desacreditá-lo. Ao mesmo tempo, viola as leis eleitorais, a liturgia do cargo, a ética e a harmonia entre os poderes como quem participa de uma grande pancadaria de rua, escarnecendo e ridicularizando leis, os juízes e procuradores que insistem em aplicar-lhe punições sempre brandas e inócuas.
Em seu discurso, José Dirceu revela a busca pela hegemonia partidária e a criação do “Estado Poderoso” sob a égide do único “Partido Legítimo” – o PT é claro – sua fala vai até contra o próprio Supremo Tribunal Federal – criticando nominalmente ministros e seus pareceres jurídicos inquestionáveis que puseram por terra o ranço totalitário da Lei de Imprensa.
A militância é instada a portar-se como animal furioso e a destroçar qualquer oponente que ouse professar uma visão de mundo diferente das preconizadas pelos “eleitos” e pelos “messias” homologados pelo partido. Infringindo a lei, espancando opositores, roubando dados sigilosos e atuando como uma verdadeira máquina de destruição a serviço do “poder único e supremo”.
Um exemplo foi o ataque sofrido pelo blogueiro Welbi na madrugada de 15/09. Ao deparar-se com funcionários do Metrô paulista distribuindo santinhos para o PT em uma das estações – portavam crachás do Metrô, no interior da estação Sta Cecília e vestindo camisas vermelhas – ele fotografou os funcionários militantes e pretendia efetuar a denúncia de crime eleitoral, o que é um direito constitucional dele e um dever de qualquer cidadão consciente que se depara com uma cena destas (independente de qual partido esteja cometendo o crime).
Para sua surpresa, sem aviso, foi atacado pelos militantes que lhe roubaram o celular e buscaram refúgio nas dependências da Estação após atirarem o seu celular contra uma parede visando destruí-lo.
Buscando ajuda na Polícia Militar, foi orientado a comparecer a uma delegacia e registrar o roubo, a agressão e o crime eleitoral. Ao chegar na delegacia foi “orientado” por um policial a não registrar o crime eleitoral. Mas, diante de sua insistência, foi surpreendido com a convocação de outro agente que lhe aplicou uma gravata para imobilizá-lo e ainda o ameaçou com a acusação de desacato.
Levado a presença da delegada plantonista, foi novamente ameaçado, insultado e coagido a assinar um boletim de ocorrência que não narrava nem o roubo e nem o crime eleitoral. Diante de sua insistente recusa em assinar o BO; teve o celular apreendido e acabou expulso da delegacia apenas com uma declaração de apreensão do celular com as provas do crime eleitoral e o BO sem a sua assinatura.
É claro que uma denúncia dessa gravidade não pode ser fantasiosa ou meramente “papo” eleitoral. Até porque o blogueiro dá nomes, datas e locais com extrema precisão e não se sujeitaria a um crime de calúnia ou sofrer represálias de agentes da polícia por ter citado nominalmente o escrivão da delegacia, os policiais e a própria delegada. (Leia a história toda aqui)
Assim como o ocorrido na Receita Federal, o uso de agentes do Estado para proteger uma ou outra corrente ideológica, partido político ou mesmo facção de qualquer natureza é o que caracteriza um Estado fascista. Pelo jeito que as coisas vão, o aparelhamento do Estado pelo PT – admitido e incentivado por José Dirceu em seu discurso – visa justamente isso; transformar o Brasil no lar do fascismo e no pesadelo dos que pensam ou agem de forma diferente da preconizada pelo partido ou pelo “Grande Líder”.
Muito além da simples indignação; cabe a cada cidadão que ama a ética e a liberdade, velar e lutar por elas. Sem a eterna vigilância e a derrocada de todos os que se ergueram para violar ou solapar nossos direitos constitucionais estaremos fadados a nos tornarmos um país de intolerantes, megalomaníacos, coronéis dominadores e messias lunáticos sedentos de poder.
Ao mergulharmos rumo ao fascismo e ao Estado Poderoso, estaremos entregando tudo o que nos é mais caro e mais precioso. Entregaremos a nossa liberdade.
Pense nisso.
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JOSÉ DIRCEU, DISCURSOS AMEAÇAS E COISAS QUE JÁ ESTÃO POR AÍ.