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Em uma decisão exemplar, o juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo Aloísio Sérgio Rezende Silveira cassou o mandato de treze vereadores da capital e um suplente e afirmou que o próprio prefeito Kassab está na mira da lei por ter recebido doações acima do permitido, assim como os vereadores cassados.
Os vereadores cassados foram: Adilson Amadeu (PTB); Adolfo Quintas Neto (PSDB), presidente da Comissão de Administração Pública; Carlos Alberto Apolinário (DEM); Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB); Cláudio Roberto Barbosa de Souza (PSDB); Dalton Silvano do Amaral (PSDB), primeiro vice-presidente da Casa; Domingos Odone Dissei (DEM); Gilson Almeida Barreto (PSDB); Marta Freire da Costa (DEM); Paulo Sérgio Abou Anni (PV); Ricardo Teixeira (PSDB); Ushitaro Kamia (DEM); e Wadih Mutran (PP), que é corregedor da Câmara e presidente da Comissão de Finanças e Orçamento. O suplente condenado é Marcus Vinícius de Almeida Ferreira.
O que já seria trágico e uma mostra do desprezo que os políticos brasileiros nutrem pelas leis e pela moralidade; fica ainda mais dramático quando sabemos que esse grande número de cassações é apenas a ponta do iceberg. Afinal de contas se a empresa doou valores muito acima dos permitidos pela lei e sequer têm escritórios, empregados ou uma sede (o endereço onde deveria estar a sede é de um escritório fechado). Fica claro que o dinheiro vem “por outras fontes”. Além disso, já no ano de 2006 a mesma empresa teve problemas com a Receita Federal e o TSE pelos mesmos motivos.
A manobra deixa bem a mostra o que os políticos desejam tanto esconder ao aprovarem as doações ocultas para as próximas eleições. Empresas praticamente de fachada montadas para efetuar doações e legalizar a entrada de recursos nas campanhas como forma de burlar a lei eleitoral.
Com as doações ocultas, isso simplesmente deixa de existir. Basta que o dinheiro seja entregue ao partido e pronto; magicamente estará “lavado”, “passado” e “engomado”. Pronto para uso e sem que a fonte possa ser identificada ou questionada. Será uma farra e a garantia da impunidade.
Esses treze vereadores cassados; poderão ser as últimas baixas de uma luta insana dos tribunais eleitorais contra os corruptos e os que usam o mandato para enriquecer. A instituição da doação oculta veio com o único objetivo de manietar os TRE’s e contribuir para um conforto maior dos políticos que se aproveitam de esquemas como estes. O mais interessante é que a decisão puniu também a empresa que se prestou ao papel de ponte; condenando-a a multas que vão a até dez vezes o valor doado.
Como sempre acontece aqui, cai mais um “bastião” da moralidade política. Uma mostra cristalina de que seja qual for a sigla; o problema reside nas personalidades que ela agrega. PT. PMDB, DEM, PSDB, PV e todos os partidos possuem em suas fileiras tanto o joio quanto o trigo e deveriam pagar o preço por terem escolhido tão mal os seus afiliados.
Mas isso, já é outra história.
Pense nisso.
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