DELCÍDIO, IDELI, JOÃO PEDRO, MERCADANTE E O PT – O PARTIDO DOS TRAÍRAS.

ESN: 16675-080201-838850-87

 

Senado Elameado

Todas as grandes redes de televisão descreveram o dia de ontem (19/08/2009) como “histórico”. Eu o defino simplesmente como vergonhoso e nauseante. Mais nauseante ainda quando temos a certeza de que o dia de hoje (e os que virão) amanhecerão e passarão como todos os demais: na mais tranquila paz e com o povo na mais profunda alienação.

Um partido que sempre se colocou ao lado da ética, da moral política e da lisura das práticas no serviço público se rebaixa ao máximo e compactua definitivamente com o que há de pior na política brasileira. O mais vergonhoso e trágico foi a forma covarde e enganosa com que o PT ofereceu-se para esse papel. Os senadores Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro pretendiam renunciar aos seus postos e colocar suplentes sem representação alguma para livrarem as suas caras da opinião pública, através do subterfúgio da omissão covarde. Pretendiam enganar e iludir seus eleitores, dando a impressão de não compactuarem com o circo armado. Porém, na verdade, dele eram os principais atores.

O PT tem, no Art. 68 de seu estatuto, a seguinte norma programática: “A Bancada Parlamentar e a Comissão Executiva do Diretório correspondente adotarão medidas concretas para combater o clientelismo e os privilégios, na busca de uma nova postura ética dos parlamentares”. Como pode ser percebido claramente, o PT deixou de ser o Partido dos Trabalhadores e passou a ser o Partido dos Traíras. Afinal de contas Lula, Mercadante, Delcídio, Ideli e João Pedro simplesmente rasgaram os estatutos do partido e compactuaram com o clientelismo e com o “jeito Sarney” de fazer política.

É triste para alguém como eu, que sempre acreditou na seriedade e na lisura do PT (até o segundo mandato de Lula), perceber que o partido é apenas mais um. Recheado de covardes, aproveitadores e crápulas que desejam apenas benesses, privilégios, negociatas e uma boquinha qualquer que apareça e onde possam se encostar.

 

delcidio amaral  senador joão pedro

Ideli Salvati e SarneyAloísio Mercadante 

 

De todos, o senador Mercadante foi o que teve o papel mais vergonhoso e mais rasteiro na questão. Como líder da bancada do PT, foi desautorizado e praticamente ridicularizado pela direção do partido e por Lula várias vezes, durante todo o processo, sem jamais firmar uma posição sobre a questão. Colocou-se como vítima e escondeu sua vergonhosa omissão com uma mal mascarada ameaça de renúncia ao cargo de líder. Ao invés de tentar justificar-se na Internet para seus eleitores, buscando amenizar o seu papel no fato, Mercadante deveria dar um ponto final e renunciar a uma liderança que definitivamente ele não exerce. O senador mostrou-se um fraco e uma marionete nas mãos de Berzoini e da verdadeira quadrilha que parece ter se apossado do PT.

Os outros cumpriram apenas o papel que deles se esperava, o de medíocres seguidores das decisões de Lula e serviçais do Coronel Sarney. A leitura da carta de Berzoini apenas mostrou como são falsos e como são fracos esses senhores e a senhora Ideli Salvatti. Além disso, mostrou como está minado de traidores o partido que, um dia, foi a esperança de um Brasil melhor e mais justo.

A mentira, a desfaçatez e a cara-de-pau ficam explícitos nesse trecho da carta: “O PT apresentou ao Senado a candidatura do senador Tião Viana para presidir a instituição, com uma plataforma de reformas que poderiam ser um passo adiante. Nossa candidatura não foi vencedora e reconhecemos o resultado”. Digo isso pelo simples fato de que foi o próprio PT que torpedeou a candidatura de Tião Viana para que Sarney assumisse a presidência do Senado. (Leia a carta na íntegra)

É claro que as razões alegadas (de que Sarney é a bola da vez por causa das eleições) procede. Mas os riscos de perder as eleições ou de ter a “governabilidade” prejudicada não podem sobrepor o apoio de flagrantes atos criminosos, que só não são investigados porque os senadores assim querem. Houve crime; houve irregularidade e há uma enorme fartura de provas e indícios de que José Sarney usou e abusou do seu cargo. O PT apenas ganharia com a destruição de Sarney. A marca de partido do mensalão e do dinheiro na cueca ficaria para trás e o apoio popular seria a garantia de que o partido voltaria a se manter fiel às suas origens e aos eleitores, que sempre apoiaram o partido, oque definitivamente seria revertido em votos com a maior facilidade.

Ao escolherem a defesa imoral de Sarney, os senadores, o governo e o próprio partido mostram a sua verdadeira cara e perdem o apoio de quem mais interessa: do eleitor. Por mais alienada que a nossa sociedade seja e por mais seguros que estejam do esquecimento do povo desses acontecimentos nefastos até o ano que vem; o PT e os senadores podem ter certeza que esse enorme fantasma se erguerá da tumba, nas próximas eleições e nas vindouras, os assombrando para sempre. Marcando suas carreiras políticas como pessoas que compactuam, toleram e incentivam as práticas corruptas e antiéticas e que vendem suas ideias e ideais com a maior facilidade.

 

Aloísio Mercadante

 

O PT vem se esfacelando desde o fim do primeiro mandato de Lula. Ao optar por aderir ao antigo e ao rasteiro, o partido tem perdido quadros importantes e se enfraquecendo cada vez mais no cenário nacional; sendo hoje recheado de figuras medíocres e apagadas que, sem Lula, não ganham nem eleição para síndico de prédio velho. Os últimos grandes expoentes no senado passaram um enorme atestado de burrice política ao aliarem-se a Sarney.

A perda da senadora Marina Silva (leia a carta de saída) e, provavelmente, do senador Flávio Arns (que já anunciou aos quatro ventos estar envergonhado do partido e que o deixará) enfraquecerá ainda mais o PT e conduzirá o partido para o fundo do poço político. Principalmente junto ao eleitorado e a militância.

A frase do  senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi emblemática: “Hoje é o dia em que o PT abraça o Sarney e o Collor e a senadora Marina sai. Qual deles representa mais a origem do PT? Triste dia esse para o PT."

Para nós, resta apenas limpar a cusparada que levamos no rosto e estampar nossa humilhação e revolta nas ruas e em todos os meios de comunicação. Se nada mudar, ainda restará a opção de devolver a cusparada em 2010 e negarmos o nosso voto a essa corja de traidores e a esse partido que apóia tão claramente a corrupção e a podridão.

Pense nisso.

 

 

Espalhe Não Reeleja Ninguém

 

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