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Nessa campanha temos visto ambos os candidatos vomitarem na televisão o mantra: “No meu governo a saúde será prioridade”.
No entanto, a realidade dos fatos e do dia a dia de cada brasileiro que depende do sistema público de saúde mostra claramente – a não ser para os iludidos – que a saúde do brasileiro é uma mera formalidade constitucional burlada e tripudiada por inúmeros governos das mais variadas cores e ideologias.
Até mesmo o governo que descobriu o Brasil – o do presidente Lula é claro – ignora covardemente a necessidade de investimentos maciços na área e pratica “manobras contábeis” para justificar a aplicação de valores muito aquém do que exige a constituição.
Enquanto isso, pessoas morrem por falta de atendimento, idosos são sacrificados no altar da impunidade e do descaso, crianças ficam sem vacinas necessárias ou sem atendimento de qualidade.
Mas, você petista pode dizer: “Nunca antes na história dessepaís”. No entanto se esquece de que no Pará, por exemplo, governado pelo PT a saúde é um caos e cidadãos têm que se deslocar por enormes distâncias para ter uma consulta com um simples clínico geral. Se precisarem de um atendimento de maior complexidade, a melhor opção é procurar um papa-defuntos e negociar um bom preço pelos seus serviços. Porque não há leitos de UTI e, muito menos, uma rede de exames eficiente. A morte é a única certeza e o abandono uma realidade presente na vida de cada cidadão pobre.
Você “peessedebista” pode dizer: “FHC fez mais e o Brasil pode mais com Serra”. Entretanto a maquiagem nas contas da saúde não é de hoje. Ela vem de muito tempo antes de FHC, passa pelo governo Lula e – certamente – continuará num eventual governo Serra (ou Dilma).
No ano 2000, o Congresso votou e aprovou uma emenda constitucional (Nº 29) que prometia corrigir, justamente, essa prática nefasta que os governos posteriores aos militares adotaram. Com isso, tornava-se obrigatória à aplicação de um percentual fixo do orçamento exclusivamente na área de saúde.
Contudo, assim que a emenda nasceu, com ela nasceu um esperto que encontrou formas de burlá-la com truques contábeis. Estava, então, decretado oficialmente e com o beneplácito dos governos “democráticos” o genocídio silencioso de milhões de brasileiros. Nesses quase onze anos de existência da emenda 29, as verbas efetivamente aplicadas na saúde só são reduzidas. Anos após ano, governo após governo e partido após partido; os malandros preferem alimentar a sua sanha por publicidade e notoriedade a investir o que deveriam no bem-estar do brasileiro.
O governo Lula – o “pai dos pobres” – por exemplo, destinou proporcionalmente mais para a publicidade de seus “feitos” e para enfiar sua candidata goela adentro da nação do que no atendimento minimamente humano ao cidadão.
E, podem acreditar, os números mais uma vez não são do Maximus ou de Marte. São números oficiais do Ministério Público, divulgados pela ONG Contas Abertas. O Ministério Público está processando a União – através de ação civil pública – para que o governo seja obrigado a investir realmente dinheiro na saúde do brasileiro e não números num relatório.
Enquanto isso, o povo bate palmas para o “Pai dos Pobres”, a “Mãe do PAC” ou maldiz o “Careca das Zelites” sem se dar conta que todos estão “se lixando” para ele. Ao votarem nas propagandas bonitas, nas lágrimas de crocodilo, nos sorrisos falsos e acreditar que os que apóiam descaradamente a corrupção e os corruptos vão fazer alguma coisa pelo povo só porque acenam com algumas migalhas atiradas das mesas fartas da corrupção; a população brasileira continuará sendo eliminada silenciosamente nos hospitais abarrotados, sujos, mal equipados e repletos de médicos incompetentes e mal pagos.
Um povo que não se interessa pela política e é incapaz de compreender a importância do voto está fadado a ser conduzido como gado, mansamente, em direção ao seu próprio abate. Ao mesmo tempo, os que se intitulam “pais” e “mães” dos pobres, se refestelam com charutos importados, roupas feitas sob medida e muita – mas muita mesmo – grana que é tirada de nós.
Ou o brasileiro entende que a mudança tem de começar nele ou continuaremos a morrer silenciosa e mansamente num país onde a saúde é a prioridade da fantasia.
Pense nisso.
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A SAÚDE E A PRIORIDADE DA FANTASIA.
