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Está marcada para terça-feira (15/09) a votação das mudanças na legislação eleitoral que desejam impor a lei da mordaça em blogs políticos e de opinião em todo território nacional. Curiosamente, o próprio senador Sarney se diz favorável a “liberdade de expressão” e contra o projeto que a banirá durante o ano eleitoral que se aproxima. Mesmo tendo sido beneficiado por um dos episódios mais grotescos de aplicação da censura em toda a nossa história “pós-redemocratização”.
Como tudo mais, o discurso de Sarney é apenas isso. Na prática é claro o seu “empenho” para que o projeto seja votado rapidamente ao praticamente esvaziar a sessão da última sexta-feira quando, um “acordo de líderes”, teria marcado a decisão do tema.
Essa prática é comum entre nossos políticos. Na própria Câmara dos Deputados, o projeto aparentemente não obteve voto favorável de quase ninguém. Diversos deputados se manifestaram contra a matéria e alguns chegaram a ordenar a desobediência civil, caso a lei passe (o caso do deputado Fernando Gabeira).
A pergunta que fica é: como o projeto foi aprovado então?
Afinal de contas, se pouquíssimos deputados se declararam favoráveis a medida, como ela conseguiu votos para ser aprovada e ser encaminhada ao Senado? É claro que essas “posições contrárias” nada mais são do que meras balelas eleitorais. Com a péssima repercussão que o projeto alcançou, até internacionalmente, nossos deputados perceberam que se declarar abertamente a favor da “coisa” seria um tiro no pé.
Assim como Sarney e muitos deputados, o projeto agora é alvo de ações meramente eleitoreiras e, no caso específico do senador Mercadante, uma tentativa clara de “limpar a barra” com os críticos que perguntam até hoje se o senador defenderá suas posições com o mesmo empenho que defendeu sua convicção “irrevogável” de renunciar a liderança do PT.
Enquanto a nação está centrada na derrota da Argentina, na Copa do ano que vem e em assuntos tão mais importantes do que o seu próprio destino, deputados e senadores conspiram para aumentarem os seus salários (mais uma vez) e usam a questão da censura oficial à Internet como a estória do “bode na sala”.
A verdade é que mesmo que a lei passe como está; a censura na Internet é impossível. Ditaduras muito melhor aparelhadas que o Brasil já tentaram calar esse fabuloso instrumento de liberdade de opinião e fracassaram miseravelmente. Mesmo em lugares como Cuba, China, Irã e outros países onde uma opinião contrária ao regime pode custar vidas ou, no mínimo, dissabores; o bloqueio da Internet é mais uma peça de ficção do que uma realidade.
Portanto, desejar mantê-lo ou criá-lo aqui será meramente perda de tempo motivada, muito provavelmente, pela tentativa vã de esconder as mazelas, as covardias e as indiscrições cometidas no exercício de seus mandatos ou mesmo em suas vidas privadas.
Aos nobres senadores, uma simples declaração sobre os blogs de opinião e políticos na Internet: Chegamos para ficar, para informar e para expor a sujeira que vocês adoram empurrar para baixo do tapete e mascarar em comerciais “cheios de emoção e verdade” nos anos eleitorais.
Portanto, tenham medo. Tenham muito medo…
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