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As eleições são uma oportunidade de renovar, corrigir rumos, punir maus políticos ou mostrar que as promessas de campanha têm de ser cumpridas ou o candidato perde a chance de ganhar a aprovação da população em sua próxima tentativa.
Sim, isso é verdade. Mas, esta verdade, só é real em países onde a população tem uma educação de qualidade e é capaz de interpretar os sinais emanados pelas mentiras, pelas falsas propagandas e pelas artimanhas que candidatos inescrupulosos e oportunistas lançam para enganar o eleitorado e se perpetuarem no poder.
Mesmo nesses países, volta e meia um ou outro consegue passar pelo crivo da população e fazer suas burradas no poder. A diferença fundamental é que ele terá apenas uma oportunidade para isso. Há inúmeros casos de políticos que se corromperam ou que tiveram mandatos desastrosos nesses países. No entanto, são raríssimos os casos de políticos assim que tenham conseguido perpetuarem-se na vida política.
O que vemos acontecer aqui no Rio de Janeiro é um retrato fiel do que acontece em nível nacional com a política e com os políticos em nosso país. O Rio vive há anos com problemas gravíssimos na área de saúde, segurança pública e educação. O estado é o penúltimo colocado no índice de qualidade educacional do Brasil (mesmo levando-se em consideração os anos de aprovação automática – que interfere positivamente no índice). A saúde de péssima qualidade transforma hospitais e postos de saúde em verdadeiras máquinas de matar em grande escala e em agentes de um genocídio silencioso e consentido.
A segurança pública é alardeada como se fosse praticada combativamente, mas acordos e acertos com bandidos são feitos descaradamente, como forma de evitar desgastes políticos junto à população carente, provocados pelo inevitável confronto entre policiais e bandidos nas áreas ocupadas pelas favelas. Afinal de contas, como ocupar favelas dominadas pelo tráfico e por marginais armados para uma guerra sem confronto? Só com um “acerto”.
E, como se á esse “acerto”? Da forma mais descarada possível. Anuncia-se na grande mídia que dia tal e em tal hora, a tropa de elite e um grande contingente de apoio (com blindados e atiradores de escol) será enviado à favela para prepara a ocupação. Ao mesmo tempo, diminui-se a vigilância nas áreas próximas às favelas, permitindo a fuga e a migração tranqüilas dos marginais daquela área para outra mais fortificada ou liberada.
Assim, ocupa-se a favela “sem dar um tiro”, alardeia-se grande sucesso na “pacificação” da comunidade, mas empurra-se a sujeira para baixo do tapete fazendo a violência e os criminosos migrarem para áreas, antes, mais pacíficas e com baixíssimos índices de violência. Assim, garante-se que aos holofotes, a política segurança pareça bem-sucedida quando, em verdade, se lançam partes da cidade menos expostas ao olho da mídia num verdadeiro caos de violência e morticínio.
Ao invés de cumprir-se com o papel do Estado, que é perseguir prender ou eliminar meliantes perigosos, prefere-se ceder áreas menos nobres para sua atuação em troca da aparente pacificação de áreas turísticas ou de classe alta e média alta.
E aí, o povo pobre e sofrido é eliminado lentamente nos hospitais, abandonado nos postos de saúde, entregue na mão de bandidos perigosos. Abandonado pelo Estado que se converteu apenas numa máquina de bem-estar para políticos e seus partidos, a população mais carente ainda é perversamente doutrinada, desde a mais tenra idade, a achar que messias, salvadores da pátria, seres místicos ou Deuses das mais variadas faces serão os responsáveis por sua redenção. Quando esta, na realidade, repousa em suas próprias mãos calejadas e sofridas.
Enquanto isso; reelegem sistematicamente as mesmas caras-de-pau, os mesmos sorrisos falsos e os mesmos algozes sádicos. Tudo embalado em muita enganação, propagandas caras e emocionantes e no mais puro sacrifício da verdade.
Pense nisso.
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RIO DE JANEIRO, ÓTIMA SAÚDE, SEGURANÇA MÁXIMA E UM RETRATO DO BRASIL.
