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A frase é bonita; soa bem e é repetida por políticos da oposição e do governo com igual assiduidade em qualquer comício ou oportunidade de falar que se apresente: “A educação é nossa prioridade”.
A prática, na verdade, é bem conhecida por qualquer pessoa que tenha mais de dois neurônios e não se deixa influenciar por questões ideológicas idiotas: Eles não estão nem aí e a prioridade é enganar e mamar o máximo que puderem; garantindo que o povo continue ignorante, alienado e pacífico.
Infelizmente, essas mesmas pessoas com mais de dois neurônios, sabem que a culpa disso é da própria sociedade brasileira. Afinal de contas, não reconhecemos na educação algo de valor. Valorizamos os nécios, os idiotas, os sem instrução e achamos “engraçados”, “bestas” e verdadeiras aberrações pessoas inteligentes. São meros CDF’s que servem apenas como alvo de nossas brincadeiras e o país sequer tem uma política de garimpagem, aproveitamento e valorização de superdotados.
Na “República da Bunda” – que já foi da banana – a meta dos jovens é participar do BBB e se tornarem uma “celebridade instantânea”. Mesmo que, para isso, tenham que se exibirem da forma mais vexaminosa possível.
A classe política brasileira acostumou-se a ter uma grande massa subletrada e incapaz de “ler nas entrelinhas” dos discursos e das promessas de campanha; garantindo para si um percentual de escravos fiéis e de incapazes de libertarem-se das amarras impostas pela incapacidade de criarem oportunidades de evolução social e econômica pelo fruto de seu próprio trabalho; estando para sempre dependentes das esmolas dos programas sociais e a mercê das chantagens eleitorais que garantem a eleição e a reeleição das mesmas oligarquias de sempre ou dos “salvadores da pátria” e “messias de ocasião”.
A importância do voto, a necessidade de acompanhar-se a política partidária e cobrar a apresentação de candidatos capazes, éticos e sintonizados com os reais problemas do país – e não com a solução dos seus próprios problemas – é desconhecida e criminosamente ocultada da grande massa pelos políticos, pelos partidos e por toda a estrutura social que despreza o mérito e valoriza o sucesso imediato, vazio e a qualquer preço. Do discurso presidencial que afirma ser “filho de mãe que nasceu analfabeta” (sic), detestar leitura (que lhe dá dor de cabeça) e não ter qualquer diploma formal ao menino pobre que deseja ser jogador de futebol (desconhecendo que pouquíssimos são verdadeiramente bem pagos); o brasileiro é incentivado, desde a tenra infância, a ver na educação e – conseqüentemente na política – algo sem importância, chato e reservado a pessoas desinteressantes ou “sem talento”. A coisa é tão ruim que um presidente, seu partido e correligionários criticam governantes anteriores não por seus erros, mas por “terem diploma” ou por serem “mais instruídos”.
No país onde 74% dos adultos são analfabetos funcionais e ter um diploma é ser “das zelites” e, portanto, um burguês a ser combatido. O mesmo raciocínio imbecil faz com que um jovem carente, atendido num projeto social, em que aprende a jogar tênis ao invés de futebol, ser criticado pessoalmente pelo presidente da república por ser “um besta” e os poucos recursos destinados à educação são cortados para que políticos possam ter um gordo aumento de salários; nada pode ser mais justo do que um analfabeto pleitear uma vaga na Comissão de Educação e Cultura do Congresso – órgão responsável por ditar diretrizes e elaborar projetos que determinarão a política educacional de toda a nação.
Depois da “Era Lula”, nos tornamos uma nova república. Da “República das Bananas” e da “República das Bundas”; agora ostentamos o honrado título de “A República dos Tiriricas”.
Pense nisso.
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EDUCAÇÃO, PRIORIDADES E A REPÚBLICA DOS TIRIRICAS.
