Para prestar contas da atuação importante com relação às práticas de educação inclusiva na rede municipal, a Secretaria de Educação realizou no dia 13 de agosto, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação, o seminário de Práticas Educacionais Inclusivas.
O seminário propôs a reflexão sobre a educação de jovens e adultos com deficiência, buscando identificar elementos que contribuam com o movimento de reorientação curricular em desenvolvimento na rede municipal de Osasco.
Na abertura, a secretária de Educação, Mazé Favarão, destacou a importância do evento. “Esse debate é uma demonstração da seriedade e respeito que o município tem na condução da política de inclusão. É um passo importante para derrubar a barreira que separava a Escola Especial das demais escolas”, enfatizou. Na ocasião, ela também ressaltou que os 1383 alunos incluídos é um número bastante representativo e demonstra que a administração está no caminho certo.
A coordenadora pedagógica da Escola Especial Edmundo Campana Burjato, Claudenyr Aparecida Próspero Rodrigues, contou como foi cada etapa da inclusão dentro da escola e do respeito que sempre tiveram aos alunos e aos pais.
Já Henrique Zanoni, da associação Mais Diferenças, falou sobre a importância de se manter uma “permanente inquietude” em relação às propostas de inclusão. “Este seminário objetiva causar inquietude de saber quais os limites entre as práticas pedagógicas para as pessoas com e sem deficiência”, disse.
A educação inclusiva no município está passando por um processo de transformação. Desde 2006, seguindo diretrizes do Ministério da Educação (MEC), foram dados os primeiros passos com a inclusão na rede regular dos alunos com deficiência em idade escolar (e com possibilidades de inclusão).
A inclusão assegura, respeitadas as diferenças, igualdade de oportunidade na convivência e na construção de autonomia, além de estimular a rede a respeitar as diferenças. Para assegurar a boa qualidade desta inclusão, foi constituído o Corpo Técnico Pedagógico, formado por psicólogas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais que, juntamente com os supervisores, dão as orientações e a assessoria técnica necessária aos profissionais das unidades educacionais, ampliando ainda mais o horizonte da inclusão. A criação do Corpo Técnico Pedagógico une-se à existência das SAEE’s (Salas de Atendimento Educacional Especializado), nas unidades educacionais municipais.
Ainda entre as possibilidades de inclusão, que garantem, sobretudo, bem estar e valorização para famílias, houve a necessidade de se reformular a política educacional para os 298 jovens e adultos – que já haviam ultrapassado a idade escolar – que permanecem na EMEEF Edmundo Campanhã Burjato. Dentro desta perspectiva, Osasco tem dado passos significativos, sempre com amplo debate e participação da comunidade escolar.
A dinâmica do seminário
O seminário, que reuniu professores da Escola Especial, professores das Salas de Atendimento Educacional Especializado (SAEE), membros do Corpo Técnico Pedagógico, pais e alunos, garantiu, em sua dinâmica, a cada um destes personagens ligados à educação inclusiva, oportunidade de conhecer as oficinas que foram feitas ao longo de 2009 e 2010 com os alunos da Edmundo Burjato: de fotografia, Expressão e Consciência Corporal e Poéticas Visuais.
Os participantes de cada oficina não apenas relataram as experiências que tiveram nos espaços da unidade como também realizaram, com os educadores, as atividades que faziam com aqueles jovens e adultos.
“Eles percebem as necessidades dos alunos”
Margarete Bento Melo disse que foi nítida a diferença de comportamento, humor e disposição de sua filha Bianca, de 26 anos, que participou da oficina de Expressão e Consciência Corporal. “Ela comentava as danças, os movimentos e mostrava os gestos toda entusiasmada. Ajudou muito em seu desenvolvimento e ela ficou ainda mais expressiva”, contou, acrescentando: “achei muito válida essa iniciativa, pois diversifica as atividades da escola. Acho o atendimento da Escola Especial muito bom, sempre tem gente para orientar. Eles percebem as necessidades dos alunos”.
“Senti realmente que meu filho estava incluído”, disse Maria Aparecida Ancelmo Santos, mãe de Julio Cesar, de 33 anos, que tem Síndrome de Down, frequenta a Escola Especial Edmundo Burjato desde os 9 anos e é um dos participantes da oficina de fotografia. Ela conta que seu filho ficou muito empolgado com a atividade, já que adora tirar fotos com o celular. Segundo a mãe, Júlio César se desenvolveu muito durante a oficina e ainda aumentou a disposição em ir para a escola. “Ele adora ir à escola para conversar, brincar e até namorar, algumas namoradas até vieram em casa para eu conhecer”, brincou. “O impacto positivo da oficina na vida de Júlio César pode ser medido com o excelente 3º lugar obtido por ele no VI Concurso de Fotografia da Secretaria de Meio Ambiente, que contou com a participação de 150 inscritos. “Fiquei orgulhosa do meu filho e estou muito satisfeita com o atendimento que temos recebido na escola. Nós percebemos quando um sentimento é verdadeiro. Ver as professoras chorando com os resultados dos alunos do amor que elas têm pelos alunos”, concluiu a mãe do Júlio.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
Assessoria de Comunicação e Eventos: Vilmary Macedo
Texto: Soraia Sene