Milhares de peixes apareceram mortos no município de Candeias, região metropolitana de Salvador.
O Instituto do Meio Ambiente já esteve no local e diz que, por enquanto, não há como afirmar se as mortes foram causadas por produtos químicos ou fenômenos naturais. Pescadores e marisqueiras estão desesperados.
A área atingida pela mortandade de peixes desde sexta-feira (21) vai do distrito de Passé, a 60 quilômetros de Salvador no município de Candeias, à Ilha de Maré.
Pela manhã, a comunidade de pescadores recolheu cerca de 400 quilos de mariscos e peixes, como arraias e robalos.
A equipe do BATV acompanhou os pescadores pelo Rio São Paulinho, onde muitos filhotes ainda eram encontrados boiando e nas margens da vegetação do mangue os peixes que vêm do mar costumam usar o rio para desova.
Segundo os moradores de Passé, as mortes estão relacionadas a resíduos de uma indústria química despejados por um tubulação.
De acordo com os pescadores, para o trecho do Rio São Paulinho voltar a oferecer a mesma quantidade de peixes, serão necessários entre seis e doze meses de espera.
‘Ele vai dar cria, dá a desova deles… nós vamos pegar os maiores e os menores vão dar cria novamente. E agora morreu tudo, pequeno, grande, tudo. E agora, vai ficar como?’, questiona o pescador Genival Chagas.
O IMA- Instituto do Meio Ambiente começou na sexta-feira a coletar água, areia do leito do rio e peixes para descobrir a presença de algum produto químico relacionado às mortes. O laboratório contratado pelo Instituto vai divulgar um laudo na próxima terça-feira (25).
‘A gente não está associando a nenhuma empresa ainda. A gente está analisando se é por uma poluição química ou uma proliferação de algas’, afirma Anderson Carneiro, técnico do IMA.
Durante a inspeção dos técnicos, os pescadores pediram uma explicação. Marisqueira há 40 anos, dona Clarice Chagas já prevê tempos difíceis. ‘O pescador, coitado, pesca tudo aí dentro do rio. Agora o que será da gente aqui agora? Marisco a gente não pode comer. Peixe não pode comer. Vai comer o quê? Não tem dinheiro para comprar nada’, relata a marisqueira.
*com informações do BATV
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