Na biografia de J. L. Moreno, René Marineau descreve a trajetória da vida pessoal e profissional do criador da teoria psicodramática, possibilitando um entendimento profundo da história e especulações de sua vida, desde as influências de ancestrais até as últimas publicações.
O livro é divido em duas partes, sendo que a primeira relata o aquecimento de Moreno, até utilizando conceitos próprios, para que na segunda parte possa chegar à dramatização e compartilhamento.
Este livro nos fornece um grande aprendizado sobre a teoria e a técnica psicodramática. Um excelente estudo para pessoas em formação e leigos, pois Moreno acaba sendo um exemplo de vida. Se cada pessoa desenvolvesse a metade da espontaneidade e criatividade que morenu (“professor” em hebraico) nos ensina, creio que viveríamos mais abertamente, em plenitude.
É fascinante ver a transformação de um líder desde sua infância até sua morte. E particularmente emocionante, nos dois últimos capítulos em que pode ser observado todo o esforço de Moreno atingindo o resultado, seus planos sendo concretizados.
Grande foi a vontade de viajar o mundo e passar por cada lugar onde Moreno fez sua contribuição, Viena, Nova York, Rússia, Paris… Grande foi a vontade de conhecer mais sobre sua vida, viver o que viveu, dar continuidade ao seu legado. Por curiosidade assisti alguns vídeos, e elaborei uma lista de livros a serem lidos, dentre eles Assim falou Zaratrusta de Nietzsche. Lembrei-me de dois filmes que tem feito muito sentido em comparação à postura profissional de Moreno, ambos protagonizados por Robin Williams, são eles Patch Adams – O Amor é Contagioso e Sociedade dos Poetas Mortos. Dois excelentes filmes em que os protagonistas dramatizam homens, um médico e um professor, dotados de espontaneidade e criatividade, que cativam e influenciam pessoas também deixando sua contribuição para uma sociedade mais espontânea e criativa.
Maiores seriam as comparações com Patch Adams, por ser um profissional real, mas isso pode ser material para um próximo artigo.
Com a leitura do livro Jacob Levy Moreno, l889-1974. Pai do Psicodrama, da Sociometria e da Psicoterapia de Grupo, passei a me esforçar, no meu desenvolvimento profissional, para ser co-criadora do universo e tentar ao máximo aflorar meu deus, e prestar minhas contribuições para a sociedade, mas a caminhada é longa e exige grande ousadia, pois como o próprio criador afirma: “somos deuses de braços quebrados”.
Referência: MARINEAU, René F. Jacob Levy Moreno, l889-1974. Pai do Psicodrama, da Sociometria e da Psicoterapia de Grupo. [tradução de José de Souza Mello Werneck]. São Paulo: Ágora, 1992.