ESN: 16675-080201-838850-87
Pois é. Mais um debate, mais uma pesquisa e as eleições continuam no mesmo rumo que, bem sabemos, dificilmente se reverterá. Se por um lado a candidata que lidera todas as pesquisas é incapaz sequer de falar com coerência e responder a uma simples pergunta; por outro a oposição jaz apática e representada por alguém sem carisma, sem talento e sem a mínima idéia de como revelar a verdade sobre o monstro que cresce alimentado a muitas verbas públicas, propinas generalizadas e escândalos sem fim.
O Brasil prepara-se para entregar, por mais quatro anos, as chaves dos cofres públicos para uma das piores quadrilhas que já se apossaram delas. Se antes os escândalos também existiam; nenhum deles jamais atingiu a magnitude e o peso dos que se sucedem no governo Lula.
Quer tenha sido no escândalo do Mensalão, com a compra de grande parte do Congresso; quer no escândalo das Teles, onde o filho de Lula deixou o humilde posto de sócio numa obscura empresa de games para se tornar um dos homens mais ricos do país – sendo tachado de “fenômeno” até pelo próprio pai em uma entrevista – ou nos demais escândalos que se sucederam quase mensalmente durante todo o tempo da administração do PT e de seus aliados; uma coisa jamais mudou: Lula está sempre nos braços do povo.
É verdade. O brasileiro é fiel. Mesmo roubado. Mesmo pagando, com quatro meses de trabalho árduo e muito suado, os luxos dos que não trabalham, as várias aposentadorias de Lula e as propinas que engordam as contas no exterior de várias pessoas ligadas ao governo (segundo denúncias amplamente divulgadas). O brasileiro segue fiel, manso e dominado; qual gado castrado que segue para o abate ruminando feliz a última porção de capim que jamais digerirá.
Mas, para o brasileiro, o capim é a televisão de plasma – comprada em suaves prestações – e o celular pai-de-santo de “último tipo” – que os impostos e tarifas altíssimas o impedem de usar – é a promessa do “pai” que a “mãe” vai continuar o serviço – mesmo que isso signifique viver com esgoto na porta de casa, sem saúde e com uma educação fantasiosa e regada a índices mascarados.
Enquanto isso, a realidade bate a porta dos famintos de dignidade e dos desamparados que ligam a TV de plasma e aplaudem seu messias operário sorridente – que vem em cadeia nacional banalizar e defender crimes e criminosos com uma desenvoltura sem igual, ávido de poder e pouco se lixando para as necessidades do povo que governa – enquanto mínguam nas portas dos hospitais lotados e mal aparelhados, nas filas dos postos de saúde depauperados ou construídos apenas para iludir e enrolar a população.
Mas, ele ri na TV e pede votos para seus aliados – mesmo os que acabaram de ir para a cadeia – vomita mentiras e se diz “pai dos pobres”, indicando a “mãe” que o sucederá. Enquanto isso, seus filhos, filhas e netos engordam com propinas, jetons, informações privilegiadas, cartões corporativos ilimitados e tudo mais que o poder e a impunidade podem fornecer. Mas, os filhos daqueles que batem palmas e beijam os pés e as mãos deles morrem a míngua pela recusa do uso de um respirador artificial e da realização de um gasto de cerca de 500 reais. O preço de uma vida para essa gente.
Não é a toa que está bom – Lula e os seus candidatos que estão em cana.
Isso mesmo, ao explodir o mais novo escândalo do governo Lula – a continuidade do uso da Casa Civil como centro de negociata e arrecadação de propinas – um jovem fluminense de apenas 14 anos (vítima de leucemia e de uma complicação pós-transplante) necessitava urgentemente de um respirador artificial para socorrê-lo em caso de uma crise respiratória.
A família pobre teve que recorrer ao Judiciário para conseguir o tratamento – negado de pronto pelo governo por ser “caro” – e obteve sucesso em poucos dias. Mas, para surpresa de todos, mesmo com a decisão judicial em mãos e ante o “gigantesco” gasto necessário para manter o respirador na casa daquela família (em torno de 500 reais mensais) a prefeitura, o estado e o governo federal empurravam a responsabilidade um para o outro. Para o governo federal, a despesa era “injustificada” e deveria ser assumida pela prefeitura. Para a prefeitura o valor era “elevado” e deveria ser bancado pelo estado. Este, por sua vez, mesmo estando com Lula – como não cansa de dizer o governador – dizia que a União é quem deveria assumir a despesa “exorbitante”. Afinal. Era apenas a vida de um moleque pobre de 14 anos. Quem sabe, se vivesse, seria mais um marginal. Gastar 500 reais com ele seria cortar os mesmos 500 da “boquinha” para a eleição.
Mas, a realidade é muito mais sábia que todos esses crápulas malditos. O garotinho apenas morreu. Retirou-se dessa realidade sórdida e desse país de descerebrados, desalmados e crápulas podres. Sua morte mostrou de forma dura, e com uma frieza a toda prova, como Lula, Sérgio Cabral e Eduardo Paes – todos aliados e “amigos dos pobres” realmente pensam.
Talvez, se a família do garoto tivesse procurado a Chefe da Casa Civil (ou seu filho) e aceitado pagar a tal “taxa de sucesso” de 6% sobre a verba necessária para o cilindro… O menino vivesse.
Talvez se a família efetuasse contribuições para as campanhas do PT e do PMDB… O menino estivesse agora vivo e feliz.
Talvez se a “mãe do PAC” não estivesse tão preocupada em forçar lágrimas no debate, clamando o desejo de criar oportunidades para as criancinhas, e realmente tivesse feito isso nesses anos todos… o garotinho não morresse.
Talvez se o filho de Lula doasse 600 reais de sua recente mega-fortuna-relâmpago e o próprio Lula não defendesse e não se aliasse tão veementemente a escroques e corruptos… O garotinho estivesse vivo.
Talvez se a família tivesse contratado José Dirceu como consultor ou Palocci como porta voz… O garoto tivesse uma chance ao menos.
Mas, a verdade mesmo é que se talvez o povo ligasse mais para as reais necessidades, para as conquistas verdadeiramente importantes e para a sua própria dignidade – não aceitando ser tratado como gado e enganado com um naco de capim – o garotinho estaria vivo ao lado de seus familiares sem a necessidade sequer de recorrer ao Judiciário.
Mas, a certeza garantida mesmo, é que se tivéssemos vergonha na cara e fôssemos metade da nação que pensamos ser, Fabinho (esse era seu nome) estaria vivo.
Pense nisso.
**********************
Nota do Editor: Leia a reportagem sobre a morte de Fabinho aqui.
Leia sobre o mais novo escândalo do PT aqui.
Leia mais sobre o assunto aqui, aqui, aqui e aqui.
Copyright © 2007
Dieser Feed ist nur für den persönlichen, nicht gewerblichen Gebrauch bestimmt.
Eine Verwendung dieses Feeds auf anderen Webseiten verstößt gegen das Urheberrecht. Wenn Sie diesen Inhalt nicht in Ihrem News-Reader lesen, so macht sich die Seite, die Sie betrachten, der Urheberrechtsverletzung schuldig. (digitalfingerprint: )
Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visâo Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite atravéz daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com
VIDA, MORTE, ELEIÇÕES, FALCATRUAS E UM POVO QUE NÃO LIGA.