UMA ESCOLA EM REALENGO, UM ASSASSINO E A MORTE DA VERDADE.

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Polícia Ineficiente

 

Sinceramente; nem ia escrever sobre o terrível fato ocorrido ontem (07/04) aqui no Rio de Janeiro. Não que o episódio seja desprovido de importância; na verdade acho que será um divisor de águas em nossa história e o início de outros acontecimentos semelhantes.

A razão disso é a notoriedade que esse tipo de assassino busca. É a saída do anonimato. E a cara na televisão. É o “fale de mim”. É a espetacularização do nada. Por isso mesmo, acho que divulgar minúcias sobre ele; falar exageradamente sobre o ocorrido e transformar a tragédia em espetáculo estimulam outros imbecis como ele a cometerem atos iguais.

O fato jornalístico, dantesco por si só, deve ser noticiado. Mas, a figura do assassino, seus desejos, seus anseios e sua realidade doentia deveriam – a meu ver – serem suprimidos da mídia e relegados apenas ao âmbito da investigação criminal. Assim, indivíduos como ele teriam cortado o principal objetivo e a fundamental vitória no cometimento desses atos: a notoriedade póstuma.

Por outro lado; o fanatismo religioso, revelado pelos delírios escritos na carta-testamento do imbecil, mostra como são perigosas essas seitas fanáticas e determinados “pastores”, “padres” e “bispos” que manipulam as mentes – já desprovidas de discernimento – de muitos outros indivíduos iguais a este que vagam por nossas cidades. Tendo em vista os estudos científicos revelarem a existência de uma porcentagem de 3 a 6% de psicopatas na população total da terra; percebemos claramente como o fanatismo religioso pode ser usado para dar asas aos delírios e fantasias de uma massa enorme de doentes mentais.

 

Morte na escola

 

Ao mesmo tempo é possível perceber a manipulação, o sórdido aproveitamento da tragédia e do sofrimento inimaginável das famílias atingidas por figuras políticas nefastas e diretamente responsáveis pelo acontecido. Refiro-me diretamente ao governador Sérgio Cabral e ao Prefeito Eduardo Paes.

Sujo e oportunista; Sérgio Cabral utiliza-se de toda a tragédia que acomete nosso estado para aparecer, derramar lágrimas de crocodilo e angariar possíveis vantagens políticas. Discursando com frases feitas óbvias do tipo “por último, mas não menos importante”; exercita toda a sua bestial incompetência através da falsa indignação dos que temem a revelação de sua própria culpa. Eduardo Paes posa de “falso solícito” na expectativa de disfarçar a incompetência e a inépcia de um prefeito ineficiente e que olha apenas para grandes eventos e pelas zonas privilegiadas da cidade.

E a incompetência de ambos já foi exposta, além dos limites do absurdo, bem recentemente. Afinal, tanto Sérgio Cabral como Eduardo Paes empregaram durante anos – no coração da segurança e da administração pública do Rio de Janeiro – um indivíduo que se dizia Tenente Coronel do Exército. Mesmo tendo este elemento uma carteira de identidade militar grosseiramente falsificada e coberta por erros de português. O “Coronel Caô” – gíria carioca para farsante – chegou a definir a política de policiamento do Estado do Rio de Janeiro por um bom tempo. Como cabe na imaginação de alguém a facilidade com a qual o “Coronel Caô” se infiltrou no alto escalão das administrações estadual e municipal do Rio de Janeiro apenas com a credencial “Eu Sou”; sem nunca terem sido checadas a veracidade das suas qualificações e nem sua própria identidade?

O mesmo descaso se reflete na tragédia de ontem. Como um elemento estranho à escola – mesmo sendo ex-aluno – tem o acesso franqueado a um estabelecimento educacional apenas com a declaração de que daria uma palestra?

Por que nenhum funcionário o deteve na entrada da escola e checou qual palestra e em qual classe ele falaria? Um cuidado simples que teria impedido a tragédia ou a limitado ainda mais.

Também há os imbecis da mídia e os “especialistas” que correm para culpar o “comércio de armas” pela tragédia. Políticos vomitam idiotices na televisão a respeito do endurecimento das leis e da necessidade de impedir o acesso do cidadão às armas.

 

violência no rio de janeiro

 

Infelizmente, é justamente aí que a verdade recebe o tiro de misericórdia e cai na sarjeta fulminada pelo oportunismo. Ora, as leis de compra de armas no Brasil são altamente restritivas. O que esse pessoal parece esquecer é que as leis impedem apenas o acesso às armas para o cidadão de bem; os bandidos, os psicopatas e qualquer meliante “bunda mole” consegue comprar a arma que desejar no mercado negro.

O próprio assassino usava duas armas ilegais. Uma delas roubada há dezoito anos. Ou seja; há dezoito anos uma arma ilegal vaga pelas ruas sem que a polícia tivesse se dado ao trabalho de investigar seu roubo ou conseguisse retirá-la das mãos dos criminosos.

A tragédia de ontem é o ápice de uma cadeia de irresponsabilidades e incompetências que vão desde uma polícia que não investiga nada e permite livre trânsito a criminosos. Passa por uma deficiência enorme do policiamento da cidade do Rio de Janeiro – afinal o assassino saiu de Sepetiba (bairro distante na zona rural da cidade) e se deslocou facilmente pela cidade com duas armas e carregado de munições. Resvala numa política de descaso com a segurança do cidadão; de acobertamento das falhas dos políticos; culminado com leis frouxas, paternalistas e com a banalização da morte de inocentes.

Encarar esses fatos e usar as lições dessa tragédia para mudar nossa forma de encarar a realidade serão as únicas formas de impedir que isso se repita em nossa sociedade.

Pense nisso.

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