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Pois é. Sempre que falo sobre Hugo Chávez por aqui, uma legião de fãs e admiradores aparece para criticar as opiniões que tenho a respeito do “líder” que teve a coragem de enfrentar o imperialismo estadunidense. O “democrata” defensor dos fracos e oprimidos pelo capital voraz das grandes empresas que sugam a riqueza do povo venezuelano.
É. Para muitos que odeiam os americanos; basta que alguém se manifeste contrário ao que os EUA digam ou façam para que se torne um herói a ser cultuado. Chávez usa uma velha estratégia de políticos populistas ao escolher como “fonte do mal” uma força estrangeira que tem interesses em destruir a sua imagem.
Foi assim com Vargas, Jânio Quadros, o Casal Garotinho, Collor e vários outros. Aqui no Brasil e por toda a América Latina inteira chovem exemplos. Até na Europa, volta e meia, um populista descobre que a causa das mazelas e erros de seu próprio governo vem de “forças estranhas”. Foi assim com Hitler, com Mussolini e, mais atualmente, com os governos europeus que atacam o imigrante como causa de todos os males. É sempre assim; culpar alguém é mais fácil e rende bons discursos no palanque para os alienados de plantão.
Chávez não faz diferente e, mesmo para seus defensores, vem ficando difícil esconder a sua verdadeira face. A Venezuela vive um isolamento econômico brutal e a falta de gêneros alimentícios revolta a população. As últimas eleições renderam a maioria dos postos para os aliados de Chávez; no entanto, algumas cidades importantes pelo ponto de vista político e econômico venezuelano foram perdidas.
Agora, talvez prevendo um avanço da oposição sobre seus sonhos megalomaníacos de se tornar um libertador dos oprimidos, Chávez “no apagar das luzes” aprova preliminarmente uma emenda constitucional que lhe dá garantias de reeleição infinita. A mesma emenda que foi derrotada pelo voto popular em referendo. Logo, o povo venezuelano disse um sonoro “não” para as pretensões de Chávez de perpetuar-se no poder.
Contudo, sua veia democrática e de líder magnânimo não se satisfez e a decisão proporcionada por um referendo popular, e uma assembléia dominada por seus partidários decidiu que a vontade do povo, expressa no referendo, nada vale. Meus olhos enchem-se de lágrimas ao reconhecer tal valor democrático e tal espírito de senso comum. Emociona-me de verdade; assistir a um líder desta envergadura impor, de forma tão magnânima, a sua vontade sobre a da esmagadora maioria do eleitorado. Um verdadeiro libelo à democracia.
Mas, como é um líder, um democrata e um exemplo para o mundo civilizado; Chávez não poderia fazer de forma diferente: Durante a votação, caixas supostamente contendo mais de quatro milhões de assinaturas a favor da emenda; foram expostas na assembléia venezuelana. Lindo! O povo clamando por seu líder amado.
O único detalhe são as denúncias de que as assinaturas foram obtidas por enviados do partido de Chávez. A oposição denuncia a instalação de mesas em todas as repartições públicas e que os emissários do partido insinuaram que era melhor para os funcionários do governo assinarem a tal petição. (Isso me lembra certas calúnias que os EUA teimavam em difundir sobre a antiga URSS; afirmando que por lá o partido mandava em tudo).
Tenho plena certeza e convicção de que são denúncias infundadas de lacaios dos americanos e serviçais do imperialismo das megacorporações; elementos infiltrados com o único objetivo de contar mentiras sobre um presidente amado por seu povo e um dos maiores democratas que o mundo já viu.
E você leitor; o que pensa disso?
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UM LÍDER, UM DEMOCRATA E UM EXEMPLO PARA O MUNDO.
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