“Eu sou um punk anarquista… vocês são uns emos do caralho que só pensam em amor nos dias de hoje, enquanto muita gente precisa ser notada e ouvida para que suas idéias possam fluir e assim tornarmos, ou pelo menos tentarmos, melhor essa porra deste país, Ok? Vão tentar descobrir sua própria identidade, e não ficar se escondendo atrás de mentiras, e modas…”.
(Comentário de um punk no blog http://alenacairo.wordpress.com)
Entre as piores estórias para dormir que me contaram, uma a qual nunca me fez entrar no sono foi a que falava que os jovens são a vozes do país e que eles que iriam decidir o nosso futuro. Chegava a ter pesadelos.
E é nessa exposição que o jovem se confronta com as piores humilhações. A recepção do calouro em um grupo normalmente vem acompanhada de menosprezo e agressão, acostumando o jovem a ser submisso ao magnata da horda. E o adolescente aceita a submissão para que não seja taxado como mais um rejeitado e inútil e acima de tudo, para que ele mesmo não se julgue assim.
Como esse mundo que o jovem entra é cruel, terá de haver um momento moldado para a expulsão de todas as toxinas deixadas pela fase. E é aí onde a família entra: como a receptora de toda a revolta, humilhação e desespero que o jovem apresenta e sofre. Sua arma de desintoxicação sentimental é a família. São gritos, brigas, falta de diálogos e rejeição.
Então se descobre o motivo da rebeldia da juventude e de minha descrença no futuro do mundo, por parte deles.
Na trajetória futurista quem mais está exposto aos piores sentimentos, comportamentos e influências são os jovens. Eles são inconscientemente afetados pelos movimentos de sua época, se tornando pessoas frias, sem maturidade e descompromissadas. E essa raça, que aceita se enganar e esconde sua verdadeira identidade em troca de tão pouco, acaba por tornar o olhar para o horizonte sinistro e obscuro.
Aplicar nossas esperanças nos jovens é jogar resto de comida no lixo.
*Leitura Recomendada: Lidando com a Rejeição*