Ao meu modo de ver, sorte na verdade é uma desculpa que algumas pessoas dão para dizer que outra progrediu porque teve sorte, e ela não. Utilizando deste artifício essas pessoas “sem sorte” livram-se da culpa pelo comodismo.
Parece-me que há uma dificuldade em admitir que fulano atingiu seus objetivos porque teve mérito, que se esforçou para conseguir tal feito. Sempre se fala em sorte, sorte de estar no lugar certo e na hora certa, sorte de ter conseguido determinada aprovação, sorte porque alguém deu condições para isso (se bem que dependendo do caso o famoso “Q.I” conta bastante…hehe), e por aí vai.
Imagino que admitir a competência alheia deve ser prejudicial à saúde de algumas pessoas.
Como exemplo dessa dualidade existente entre sorte e competência busquei um fato ocorrido com o Grande Zico (dispensa comentários e apresentações… Meeeeengoooooo), contado a mim por um amigo. Mas como eu não me lembrava direito da passagem encontrei-o relatado resumidamente no Conversa Crônica e transcrevo aqui.
“Zico, o grande ídolo rubro-negro, envereda para o lado dos descrentes na sorte. Após um grande jogo em que o Galinho de Quintino havia marcado um belo gol de falta, um dos repórteres chegou para ele e lançou o seguinte comentário:
– E aí, Zico? Que belo gol! Deu sorte no lance, hein?
Sabiamente, Zico respondeu:
– Pois é… quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho.”
Sem generalizações, mas quem busca a competência tem a sorte ao seu lado.