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Somos diferentes dos animais que povoam nosso planeta graças à capacidade de agir além de nossos instintos. Entender e distinguir o que é certo do que é errado e tomar uma decisão baseada em um raciocínio puramente abstrato foi o diferencial que permitiu ao Homem dominar o planeta e subjugar as feras, mais poderosas, que ousaram cruzar o nosso caminho evolutivo.
Mas o que imaginar de um ser humano que se deixa dominar por seus instintos mais primitivos e causa, gratuitamente e sem provocação, a dor e a mutilação a seus semelhantes? Como estabelecer um parâmetro e declarar que a alma humana é superior ao “anima” das bestas; quando alguns de nós agimos pior do que animais?
Vimos exemplos claros do quão podemos ser mais animais que os próprios animais nas notícias dos ataques por neonazistas à brasileira na Suíça; e nos jovens universitários submetidos a trotes imbecis e extremamente violentos aqui; bem pertinho de nós.
Estudantes de veterinária (uma profissão das mais nobres e sensíveis) espancaram brutalmente um calouro e o obrigaram a embriagar-se até que atingisse o coma alcoólico, se esfregasse em fezes de animais e em animais decompostos; e quase o mataram. No interior paulista, uma outra jovem caloura grávida foi agredida com um “banho ácido” com solvente e desinfetante fenólico (creolina) que lhe marcou o corpo permanentemente através de queimaduras químicas extensas e extremamente dolorosas. E o que é mais inacreditável ainda; é que a autora da “façanha” e da “brincadeira” estuda pedagogia. Pois é; essa imbecil será educadora e responsável pela formação de milhares de crianças ao longo de sua vida profissional.
Longe dos discursos carolas e conservadores, a brincadeira dos trotes é uma tradição de alegria e de “humilhação” divertida aos calouros. Eu mesmo, quando entrei para a faculdade passei pelo trote com o maior bom humor. Mas, idealizados por pessoas de má índole e inconsequentes, os trotes podem ter proporções estupidamente graves e desnecessárias. O que seria uma brincadeira inofensiva se transforma num ato de barbárie que só serve para reforçar a ideia de que a humanidade e alguns jovens de hoje, estão podres. Tomados pelo imediatismo, egoísmo extremo e total ausência de valores éticos e morais (não no sentido de moralismo religioso); vagam perdidos assombrados por desejos bestiais que povoam as mentes e consciências desses jovens que se satisfazem apenas com a total humilhação de seus semelhantes; demonstrando claramente sua incapacidade para exercer funções tão nobres quanto as de veterinário e pedagoga.
Culpados? Somos todos. Os pais por não imporem limites e ensinar o respeito ao direito de existência do próximo às suas crianças; a sociedade por fazer vista grossa para esses eventos grotescos; reitores por permitirem os trotes violentos e não agirem imediatamente ao tomarem conhecimento do fato e as autoridades por não exigirem e nem fornecerem meios para uma punição rápida, pesada e plena aos criminosos-animais que se travestem de seres humanos e se infiltram entre nós.
E, por aí, continuam os índios e mendigos queimados vivos; neonazistas tupiniquins espancando homossexuais e outras pessoas; esquecendo-se que eles mesmos seriam as primeiras vítimas do sistema que idolatram; guerras e ataques sem sentido, promovidos por motivos ridículos e toda sorte de animosidades que deixariam envergonhados o mais cruel animal.
Se vivo fosse; o que Charles Darwin diria da realidade dura em que se transformou a sua Teoria da Evolução?
Pense nisso.
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SERES HUMANOS, ANIMAIS E O QUE DARWIN DIRIA.
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