ESN: 16675-080201-838850-87
Imagine que você pretende fazer uma reforma em sua casa. Depois de pedir alguns orçamentos para pedreiros indicados. Logo você percebe que, ao visitar outras obras feitas por eles, em algumas o acabamento é ruim e que em outras há erros grotescos quanto à manutenção do alinhamento e do prumo de paredes e cerâmica.
O que você decide então; contrata os piores ou os melhores para efetuar a sua própria reforma? Lembre-se que a pergunta pode parecer óbvia; mas nem sempre é “preto no branco”.
Seja lá como for, você certamente escolherá o que mais se adequar ao seu poder de pagamento e a qualidade que você espera conseguir na sua reforma. Não é mesmo?
Pois é; mas aqui no Brasil (especialmente no governo) essa lógica não funciona. Precisamos desesperadamente de uma reforma política que acabe com os enormes vícios que promovem as eleições de figuras sem qualquer representação e que mantém o poder dos caciques e coronéis intocado.
Mas, quem será o escolhido para coordenar essa reforma vital? Em nosso caso, são “os escolhidos”: José Sarney e Michel Temer.
Isso mesmo. Os maiores líderes e representantes do coronelismo, do atraso e do fisiologismo político serão os responsáveis por coordenar a reforma política que “visará sanar” os problemas que nosso sistema político arcaico tem. Não é ótimo?
Já é praticamente certo que, da tão necessária reforma, quase nada de útil será conseguido. Afinal de contas esperar que os campeões do fisiologismo e reconhecidos caciques do partido mais manipulador da república façam algo para acabar com seu próprio reinado é, no mínimo, inocência.
A possível “salvação da lavoura” parece despontar através da tentativa dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) de formarem uma frente parlamentar de moralização no Congresso. Mas, a declaração de um dos próprios articuladores da frente já diz qual será o resultado dela: “Claro que não temos a ilusão de que isso vai resolver a situação, mas há espaço para discutirmos pontos para moralizar a política brasileira”.
É claro que a ação é louvável e necessária. As denúncias feitas por Jarbas Vasconcelos foram óbvias e de conhecimento de toda a nação. No entanto, a falta de reação dos citados nominalmente (José Sarney e Temer inclusive), só demonstra a alto grau de indiferença com que esses políticos tratam a opinião pública e a sensação (diria mesmo certeza) de impunidade total quanto aos seus “supostos” atos.
Imaginar que a reforma de nosso sistema político estará nas mãos dessas mesmas pessoas é um pensamento inquietante e aterrador para qualquer pessoa que perceba o quão necessária uma mudança de rumos real é.
A percepção de que ficará tudo igual é o que mais assusta e nos causa uma estranha sensação de que estamos perdidos e desamparados.
Pense nisso.
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