Vixe! Nem sei quantas vezes já me esqueci de mim quando partilho ventos com o outro. Sei lá… Dez, vinte, cem, um montão de vezes. Ontem mesmo foi um dia desses. A Luana que é irmã da Larissa convidou as amigas – Sofia, Júlia, Nina e Maria Clara – para comemorarem juntas os seus 5 anos de idade. (E a Júlia, mãe da Luana, pediu-me para contar umas histórias, e eu fui). Quando cheguei ao apê da aniversariante, qual não foi a minha surpresa! Dan dan dan dan! Isso mesmo, caro leitor, só havia princesas no local: Pequena Sereia, Cinderela, Branca de Neve… Princesas em estado de esquecimento total, inclusive de mim. Para evitar maiores constrangimentos nem me atrevi a dizer que eu poderia ser o príncipe (sem comentários). Juro que tentei dar o melhor, mas aquela atmosfera… Pronto! Quando dei por mim, lá estava eu provocando as princesinhas com trava-línguas, lengalengas, adivinhas e poesias maluquinhas. Constatei que princesas são criaturas difíceis. E como são! Iam pra lá e pra cá dentro do Reino Encantado do Apê. De vez em quando, eu as laçava com o meu jogo de palavras. Palavras! Palavras! Sempre é bom tê-las guardadas num cantinho da memória, elas sempre servem. Funcionam como pó de pirlimpimpim. Bem usadas, desvelam mundos adormecidos. Confesso que graças às palavras, as princesinhas renderam-se aos meus gracejos da mesma maneira que me rendi aos encantos delas. Essa foi a primeira vez que vi princesas comendo salgadinhos, brigadeiros, esmagando os dedinhos na porta do quarto, correndo pra debaixo da mesa da sala, mas isto já é outra história.
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