Rio de Janeiro – Uma operação contra o consumo de crack feita pela Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro em conjunto com a Polícia Militar no bairro da Pavuna, zona norte da capital fluminense, retirou hoje (18) 22 pessoas de uma casa que servia como ponto de encontro para uso da droga.
Na semana passada, outra operação recolheu 57 dependentes da droga em ruas de Madureira, também na zona norte da cidade.
Entre os usuários de crack que estavam na casa, pelo menos quatro eram crianças e foram levadas para o conselho tutelar. Alguns adultos resistiram à ação, mas foram contidos e encaminhados para a central de recepção da secretaria no bairro. Os menores de idade cuja dependência química for comprovada serão levados para os abrigos compulsórios da prefeitura.
A coordenadora da operação, a assistente social Cláudia Castro, disse que a residência que funcionava como “cracolândia” é alvo de constantes denúncias dos moradores da região. Mas, apesar do grande número de pessoas acolhidas, a coordenadora destacou uma queda no número de pessoas assistidas na operação de hoje. Na última ação, o órgão flagrou cerca de 35 pessoas no mesmo local.
Segundo Cláudia Castro, apesar de a secretaria e a polícia saberem que a residência é usada regularmente pelos usuários, não há como proibir que as pessoas frequentem o local, por se tratar de um imóvel particular.
“A população aponta que ela [moradora] autoriza que crianças e adolescentes e a população adulta utilize drogas dentro da residência”, disse.
Cláudia Castro comentou que a responsável pela casa, que não teve seu nome revelado, já perdeu a guarda de uma das quatro filhas. “O conselho tutelar foi acionado e essa mãe, infelizmente, já perdeu o direito da filha mais nova. Agora, o conselho tutelar vai decidir o futuro dessa mãe”, contou.
A Secretaria de Assistência Social informou que o restante da operação, que ocorreria nos bairros de Costa Barros, Barros Filho, Anchieta e Guadalupe, onde foram mapeadas cerca de 15 cracolândias, foi cancelada.
Em Costa Barros, a Polícia Militar, por motivo de segurança, não autorizou o trabalho dos assistentes sociais. Uma ação da polícia para reprimir o tráfico de drogas na comunidade acabou em troca de tiros. Os demais bairros tiveram suas operações canceladas pelo mau tempo, segundo informou a secretaria.
Desde março do ano passado foram promovidas, em todo o município, cerca de 90 ações de enfrentamento ao uso do crack. Ao todo foram feitos mais de 4,5 mil acolhimentos, sendo 3,9 mil adultos e 645 crianças e adolescentes.
Edição: Davi Oliveira