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Todo mundo já ouviu dizer que política e religião não devem ser discutidas. Cada um tem a sua opinião e nenhum debate jamais chegará a um consenso. No entanto, nada é mais errado do que isso.
É justamente discutindo-se esses temas que chegamos às mudanças necessárias e tão pertinentes que seriam capazes de libertar populações inteiras do julgo aproveitador de pessoas que apenas desejam se promover e alimentar suas próprias vaidades.
O caso da menina pernambucana; violentada pelo padrasto e excomungada pelo Bispo de Olinda e Recife (juntamente com sua mãe, parentes e médicos) após realizarem um aborto visando interromper a gravidez de alto risco que ameaçava a vida dessa pobre criança; é uma mostra clara de como Deus e sua mensagem são preocupações totalmente secundárias nas mentes de sacerdotes e pessoas ligadas as mais variadas igrejas.
Ao abster-se de oferecer o conforto e apoio para amenizar o sofrimento da vítima (a menina); a Igreja Católica buscou no criminoso vil (o padrasto) um aliado para interromper a cirurgia e, após o insucesso, ofereceu a criança fragilizada e devastada por essa imensa tragédia que destruiu sua infância e inocência; apenas os rigores da lei.
Insensíveis e preocupados apenas em aparecer, os membros da Igreja iniciaram um processo criminal contra a mãe e virou as costas para a principal vítima desamparada ao eximir-se da obrigação de prestar-lhe apoio espiritual. Ao excomungarem toda a família e os profissionais que, provavelmente, salvaram a vida dessa pequena criatura; os “caciques” católicos mostraram apenas sua intolerância, sua mentalidade arcaica e seu péssimo senso de justiça.
Ao aliarem-se ao pedófilo para atingir seu intento, os líderes da Igreja mostraram ainda mais a face perversa e negra de uma instituição responsável por atrocidades inimagináveis. E deram mais uma prova inequívoca de que a pedofilia é tolerada e talvez até querida nos antros clericais. Uma vez que o mesmo empenho punitivo jamais foi demonstrado nos casos dos padres pedófilo que atacaram crianças e jovens ao redor do mundo e aqui em nosso país.
Cabe ao povo entender que Deus nada tem a ver com essas igrejas e templos construídos pelos homens e seus desejos ocultos e mesquinhos. Deus está muito acima disso tudo. Deus não liga para a forma como você reza. Deus não se preocupa se você lhe dá ou não dinheiro. Deus não quer saber se você reza voltado para uma determinada posição geográfica ou se jejua como um desesperado na quaresma. Deus está acima dessas imbecilidades pueris. Ele quer apenas o seu amor e a sua retidão de caráter. E, por isso, Ele perdoa tudo. Deus jamais será um Deus de ódio e de vingança.
No mais, essa postura do arcebispo de Olinda e Recife dom José Cardoso Sobrinho é apenas uma prova cabal de que a Igreja está recheada de imbecis e de que ruma para a sua destruição ao afastar-se do povo e de seu sofrimento. Ao dizer que “A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”; o arcebispo deu mostras de que é um mero fanático fundamentalista exatamente no mesmo nível dos fanáticos muçulmanos que atormentam o sono de seres humanos em várias partes do planeta e que são duramente criticados como sendo loucos assassinos.
Eles, assim como o arcebispo, vivem sob a sombra de uma época em que a obediência cega a preceitos religiosos foi responsável pela morte de milhões de pessoas e a causadora de dor e sofrimento inomináveis. Desejam que dogmas criados por homens ditem a vida e a morte de inocentes ao seu bel prazer; apenas para gozarem da breve sensação de poder que isso lhes proporciona.
Essa visão deturpada e calçada num profundo desprezo pela inteligência humana serve apenas para os desejos políticos e de domínio que as igrejas possuem e dos quais dependem para sobreviver.
Ao invés de amparar a vítima; aliam-se ao criminoso. Ao invés de apoiar espiritualmente uma família devastada pela tragédia; atormentam-na ainda mais com um processo criminal inapropriado e inconsequente apoiados por um advogado que, em minha opinião, não deve ter o menor escrúpulo ao se prestar a um papel desses.
Mas, no fundo, o que há mesmo por parte desses senhores; é uma baita vontade de aparecer.
Pense nisso.
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POLÍTICA, DEUS, RELIGIÃO E A VONTADE DE APARECER.
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