Policiais baianos suspeitos de torturar e matar preso se entregam à corregedoria

Brasília – Os três policiais civis baianos suspeitos de espancar e causar a morte de um jovem de 21 anos que estava detido provisoriamente na Delegacia Territorial de Porto Seguro (BA) se entregaram à Corregedoria da Polícia Civil na noite dessa quinta-feira (19).


Otávio Garcia Gomes (43), Joaquim Pinto Neto (42) e Robertson Lino Gomes da Costa (44) estavam foragidos desde a última segunda-feira (16), quando a 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Seguro decretou a prisão preventiva do grupo. O quarto suspeito de ter participado das agressões, Murilo Bouson de Souza Costa (22), que é filho de Costa, continua foragido.


Os quatro são suspeitos de agredir Ricardo Santos Dias no interior da delegacia, na madrugada do último sábado (14), durante o plantão de outros agentes. Socorrido em uma unidade de saúde, Dias não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no sábado. Informações preliminares apontam que a causa da morte foi traumatismo craniano.


No último sábado, segundo a Polícia Civil, os três policiais chegaram à delegacia junto com Bouson poucas horas após Dias e mais três homens (sendo dois adolescentes) terem sido detidos por tráfico de drogas. Conforme a Polícia Civil, Dias portava uma arma ilegal no momento em que foi detido pelos policiais militares. Dois dos policiais estavam de folga e o terceiro de férias na madrugada de sábado.


Na delegacia, os investigadores verificaram que Dias era o principal suspeito de ter matado o comerciante Elinaldo Oliveira Nascimento (45), dono de uma relojoaria no centro de Porto Seguro, durante um assalto na quarta-feira (11) da semana passada, e o recolheram à carceragem.


Câmeras de vídeo do circuito de segurança da delegacia gravaram o momento em que os quatro suspeitos chegaram e deixaram o local, além da presença de outros policiais. Trechos da gravação vazaram e foram exibidas por vários veículos de comunicação. As imagens mostram um dos três principais suspeitos segurando um pedaço de madeira enquanto conversa com outro policial.


O que aconteceu a partir daí é alvo da investigação conduzida pelo delegado Evy Paternostro, da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior. Antes de os policiais se entregarem, o delegado já havia ouvido oito testemunhas.


Edição: Carolina Pimentel


Agencia Brasil

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