Imagine você dando “um duro” danado num escritório, numa fábrica ou em qualquer lugar de trabalho. Você quer ser reconhecido pela qualidade do que produz; seja uma massa de cimento com mistura perfeita ou o mais intricado projeto de inteligência artificial. Qualquer que seja o seu trabalho, mais do que o salário, você busca o reconhecimento. Principalmente se você faz algo pelo qual é apaixonado.
Você passa horas imaginando como “a coisa” será; mais algum tempo executando a “obra” e mais tarde espera que alguém repare e, goste ou não, faça uma crítica construtiva do seu trabalho ou aponte os problemas e defeitos para que você possa melhorar sempre.
Agora, imagine se ao fim do mês ao receber seu salário, você descubra que outra pessoa o recebeu no seu lugar. Ela usou um disfarce e aproveitando-se que o caixa do banco nunca te viu, sacou o dinheiro que você esperava por sua produção.
Pois é, quando plagiamos um texto, acontece isso. Alguém criou algo, pensou, pôs no papel e fez o que achava “o melhor” naquele momento. Visando receber por isso; ou apenas achando que alguém leria e compartilharia com ele a alegria daquela criação. Então, nós tomamos o seu lugar e auferimos lucro com a sua criação ou roubamos as alegrias que seriam compartilhadas entre o leitor e o autor. Impedimos que o criador veja a criatura atingir seus objetivos e tornamos aquela alegria em uma mentira.
Ainda mais quando o plágio é feito disfarçadamente e com ares de “coisa certa”. Omitimos estrategicamente a origem do artigo ou maquiamos uma referência através da citação obscura ou alguma outra forma que, sabemos, não será notada. Quem lê o artigo, tem a idéia da autoria ter sido nossa. Quando na verdade, isso é uma mentira. Funciona mais ou menos como aqueles anúncios de promoções “TUDO COM 30 % DE DESCONTO!”; só que em letrinhas bem miúdas que ninguém percebe, está escrito algo como “NA COMPRA DE TRÊS PRODUTOS”. O que torna a “promoção”, uma armadilha.
Na Internet, mais que qualquer outro lugar, o plágio e a cópia descarada se faz presente. Contudo, o pior acontece quando a pessoa que plagia um texto diz trabalhar com “criatividade” e quer vender a sua imagem como alguém com talentos “multimídia”. Na verdade, apenas tenta esconder sua mediocridade intelectual e sua incapacidade em criar algo relevante e que possa interessar a alguém. Buscando criar uma atmosfera de “intelectual criativo”, ele visa apenas capturar novos incautos em sua armadilha e tirar deles o que puder.
Por isso mesmo, seu nome não será citado. Afinal o plagiador é digno apenas de pena. Um ser ressentido com sua própria incapacidade em criar e que se vinga do mundo usurpando a coisa alheia. Como um ladrão, escorrega pelo obscurantismo mental escondendo-se da luz da criação e tomando para si o que outros produzem. Se, com isso, advir alguma vantagem para ele; tanto melhor. É a expressão da tão malfadada “Lei de Gérson”. Cultuada por nossos políticos, empresários inescrupulosos e alguns cidadãos, aparentemente, honestos.
Talvez, chegará o dia em que as pessoas darão o devido valor à produção intelectual. Darão, principalmente, valor a quem produz e cria algo. Afinal, como um carro, uma casa ou um objeto qualquer. O fruto da criação intelectual também é um bem. Se outra pessoa o exibe como se proprietário dele fosse, mesmo que dissimuladamente, está roubando algo. Da mesma forma que estivesse empunhando uma arma nas ruas.
Essa mania de “levar vantagem em tudo”; “se dar bem” ou “dar um jeitinho” é o que levou nosso país a situação em que se encontra hoje: corrupção generalizada, bandidagem dominando e a falta de vergonha na cara como padrão de comportamento. Cabe a nós iniciarmos a mudança com ações em nossas próprias vidas. Pense nisso.
Plagiadores; arrependei-vos porque o fim está próximo!