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Hoje é a posse de Obama como presidente da nação mais poderosa do mundo. Repletos de expectativas e de sonhos, os habitantes de nosso planeta anseiam para que Obama seja o mais novo messias que conduzirá o povo para um reino de abundância e onde não falte leite e mel.
Infelizmente a realidade e o mundo dos sonhos quase sempre não se misturam. Apesar de ter um forte apoio e de dominar a boa vontade de muitos círculos da sociedade americana e mundial; Obama ainda é um político e deve presidir uma nação que amarga uma grande tendência à hipocrisia e ao racismo.
Se não bastasse isso, ainda é escravo de um sistema de alianças e que exige a combinação de prestígio pessoal com alianças políticas para que cada projeto seja aprovado e transcorra dentro da normalidade desejada.
Como muito bem sabemos; a política partidária tem razões que a própria razão desconhece e políticos são seres que habitam mundos totalmente diferentes do nosso. Embora os E.U.A. sejam tradicionalmente dotados de melhores políticos do que nós e tenham uma população mais preocupada com o andamento da política local e internacional; ainda devemos lembrar que as decisões de Obama serão sempre passadas pelo microscópio da opinião pública e de seus opositores.
Bem recentemente tivemos um exemplo do que Obama pode aguardar; quando os senadores republicanos negaram aprovação para um pacote de ajuda as empresas automobilísticas simplesmente (segundo jornais dos E.U.A. e segundo a “boca pequena” da capital) porque os trabalhadores dessas empresas, através de seus sindicatos, apoiaram maciçamente o candidato democrata.
Por pouco, a nação não viu uma das maiores catástrofes econômicas de sua história, com a falência das montadoras, apenas para que alguns caciques carrancudos se vingassem. Esse é o ressentimento e o atraso que Obama deverá combater em seu governo. Essa é a forma de governar que os caciques republicanos melhor conhecem e foi o que fizeram durante os anos do governo de Bush.
A exemplo de Lula, Obama é visto pelos americanos como a salvação da lavoura e o próximo messias que trará a prosperidade de volta. Tenho fé que sim, pois caso contrário o futuro próximo da humanidade será duro e sombrio com a crise econômica se agravando. Mas, ao mesmo tempo, é preciso entender que milagres e soluções mágicas não existem e que um único homem pode muito pouco contra todo um sistema.
Só esperemos que por lá; não se suceda o que aconteceu com Lula aqui. E que Obama não seja engolido pelas vontades de políticos oportunistas e pela presença de péssimos assessores que o façam esquecer-se dos motivos e das vontades do povo que levaram a sua eleição.
Pense nisso.
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OS PRESIDENTES, OS MESSIAS E A VONTADE DO POVO.
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