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Após um longo e tenebroso inverno (rs), estou de volta. Minha máquina andou “dando uns pitis†e só agora retorno ainda em fase de testes. Peço especiais desculpas a você leitor que acessa este blog diariamente em busca de textos inéditos para ler e opinar. Mas espero sinceramente, não precisar me ausentar por esse motivo novamente.
Ao mesmo tempo, é triste ter que voltar aqui para opinar sobre um tema que já apresentei em um artigo, no antigo Visão Panorâmica, cujo tÃtulo era: “A IGREJA, A CIÊNCIA, A JUSTIÇA E O PRINCÃPIO DA VIDAâ€; Onde eu abordava o mesmo assunto.
Mas, depois desta conversa e destas explicações, vamos ao que interessa: O Texto de hoje:
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Você se daria ao trabalho de discutir sobre a hipótese de comer o lixo que está em sua lixeira? Sim; isso mesmo. Afinal na Ãfrica e aqui mesmo, em nosso paÃs, pessoas não tem nada para comer e vagam disputando o lixo e alimentos estragados que vão encontrando pelo caminho.
Mas e você? Levantaria essa possibilidade? Da mesma forma; discutiria a possibilidade de usar suas roupas rasgadas pelo desgaste natural, seus sapatos furados ou seus tênis acabados no seu dia a dia? Afinal, milhões de pessoas no mundo não podem calçar seus pés e nem se vestir decentemente pela falta de recursos.
E se o seu padre, pastor ou mentor espiritual de qualquer outra religião dissesse que é uma imoralidade você não comer lixo e vestir-se com roupas em bom estado? Você abandonaria essas suas práticas e seguiria os ensinamentos dele?
Salvo os casos de fanatismo e de problemas mentais; é claro que não.
Pois é; a mesma coisa querem fazer com o “debate†sobre o uso de células tronco embrionárias que se processa no Supremo Tribunal Federal. Um verdadeiro atentado à humanidade e uma perda de tempo enorme e despropositada.
Mesmo se considerarmos que a vida começa na fecundação (o que é ridÃculo), o debate torna-se totalmente inócuo pelo simples fato de que os embriões liberados para as pesquisas, são apenas os inviáveis. O que isso quer dizer? Simples:
Embriões inviáveis são aqueles que JAMAIS chegarão a gerar um ser humano. São os embriões que MESMO SE FOSSEM IMPLANTADOS EM UM ÚTERO SAUDÃVEL, não evoluiriam a ponto de tornarem-se seres humanos. Quer maior prova de que a vida NÃO COMEÇA NA FECUNDAÇÃO?
Para saber onde começa a vida, basta olhar onde ela termina. A morte é diagnosticada APENAS se houver morte cerebral. Logo, se não há atividade no cérebro, aquela pessoa MORREU. Portanto, o embrião só pode ser considerado uma pessoa viva; a partir DO INÃCIO DA FORMAÇÃO DO CÉREBRO.
O que está ocorrendo hoje, no Brasil, é o desejo da Igreja e das religiões em geral de firmarem-se no âmbito polÃtico e na vida do cidadão além de suas prerrogativas básicas: A espiritualidade. Defendem a preservação de embriões que jamais chegarão a serem implantados e que, após um certo perÃodo (três anos) de congelamento IRÃO PARA O LIXO. O que há nisso de PROTEÇÃO A VIDA? Nada.
Assim como são contra o uso da camisinha e a AIDS e outras doenças sexualmente transmissÃveis grassam nos paÃses pobres, pela teimosia dos clérigos em aceitarem o óbvio; e assim como avança em todos os paÃses o obscurantismo e o fanatismo dos fundamentalistas. Aqui em nosso paÃs, as igrejas querem imprimir sua visão retrógrada e anacrônica de mundo. Querem que você seja condenado a viver eternamente numa cadeira de rodas ou a morrer de uma doença que seria curada através dessas pesquisas.
Querem pedir que você coma lixo e vista roupas rasgadas. Apenas por questão de orgulho. Sim, pois se defendessem mesmo a vida, impediriam que esses embriões fossem desperdiçados e, simplesmente atirados ao lixo, ao invés de contribuÃrem para salvar milhares de vidas.
É um absurdo que, em pleno século XXI, percamos tempo com debates inúteis e idéias absurdas de mentes que teimam em viver no obscurantismo das crendices, superstições do fundamentalismo religioso. Se Deus é contra a evolução da mente humana; por que ele contemplou seus filhos com tal sabedoria? Não seria essa uma forma digna de poupar da morte milhões de embriões dando um fim e um propósito dignos as suas existências?
É ético e moral desperdiçaram-se milhões de células que poderiam salvar vidas e amenizar sofrimentos atirando-as ao lixo, pela simples desculpa esfarrapada de que defendem a vida? Resta-nos saber, qual vida eles defendem. Certamente não a vida humana.
E você leitor, o que pensa?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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