Nunca me esqueci daquele dia. A notícia agitou a turma. Um menino, um todo sabichão, chegou esbaforido e já foi logo dizendo que Plutão havia deixado de ser planeta. Assim do nada, num piscar de olhos. Como assim? Ora, ele ouviu o homem da televisão dar essa lastimável notícia. Mas logo Plutão, um planetinha de nada, o qual fica bem afastadinho do Sol! Aí um outro menino mequetrefe, um que só fala coisas sem nexo mandou uma pérola: “Vocês sabiam que um avião-foguete mesmo que voasse numa velocidade de 11.260 metros por segundo, levaria dezessete anos para ir da Terra a Plutão? Que conversa! O fato é que depois de 76 anos da sua descoberta Plutão fora retirado da lista dos planetas, sem mais nem menos. Golpe duro, duríssimo! O rebaixamento ocorreu no fatídico ano de 2006, na cidade de Praga, capital da República Checa, onde os astrônomos reunidos decidiram rebaixar, humilhar o pobre Plutão. Mas o menino sabichão tratou de acalmar a turma. Disse que nem tudo estava perdido. Segundo ele, os astrônomos – num gesto de gratidão – ainda conferiram ao ex-planeta à outorga de anão: Planeta Anão! Planeta Anão… Fiquei pensando: deve ser muito melhor ser reconhecido como Planeta Anão a ser identificado apenas como um mero corpo pequeno do sistema solar. Avião-foguete, Praga, Planeta Anão… Tchau, Plutão!
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