A vergonha na cara destes homens-brancos-cristãos-ocidentais-capitalistas-gaúchos-de-bem-da-sociedade não deve ficar na cara. Talvez a encontremos num local, digamos assim, mais abaixo, que não pega sol e cheira mal.
O “novo jeito” do Rio Grande do Sul está bem claro. A Brigada Militar não tem efetivo para fazer policiamento das ruas, mas defende o governo(?) estadual com uma vontade de fazer inveja às tropas de Geisel. Tudo sob o comando do coronel-doente, nomeando comandante geral mesmo contra a vontade do Secretário de Segurança Pública…
Assim está o estado que dizem ser o mais politizado do Brasil*. Contra a corrupção, polícia! Polícia nos ppp (pobres, pretos e putos**)! E campanha paga na televisão para mostrar as benfeitorias do governo… E ainda faltam aparecer os “jornalistas” e jornais que recebiam dinheiro da trupe Detran-Fatec para plantar notas favoráveis nos veículos de comunicação. Quem seriam estes elementos? Algum palpite? Eu tenho. Só uma pista: são pessoas e empresas que clamam por ética quase que diariamente…
* a conversa furada de que o RS é o estado mais politizado do Brasil é um puxa-saquismo entre conservadores. No “centro” do país, somos citados como exemplo de politização, quando na verdade o que aqui impera é um conservadorismo de idéias e atitude enfadonho. Aí reside a maldade. Fazer crer que consciência política é sinônimo de idéias e atitudes arcaicas, digo, conservadoras e que tudo que não segue a ordem vigente é desordem;
** o trinômio “preto, pobre e puto” foi usado pela primeira vez (pelo menos publicamente) por um dos inúmeros advogados de Daniel Dantas (Alberto Toron), queixando-se das ações da Polícia Federal que expunham “homens-da-sociedade”, seus clientes, à humilhação de ser algemados. Humilhação esta que só era aplicada às pessoas que se “enquadrassem” no trinômio acima citado, há até poucos anos atrás.