O grande segredo dos Beatles

Aos fãs do grupo musical esta lenda urbana não deve ser  novidade, mas aos que não, seguramente vão achar curiosas toda a série de  teorias conspiratórias expostas a seguir. Se você acreditava que o assassinato  de JFK era a maior conspiração do século XX, esqueça, é que ainda não tinha  ouvido esta lenda.

A história é um famoso “hoax” segundo o qual, supostamente,  Paul McCartney morreu há mais de 40 anos. Uma morte que os membros do grupo  ocultaram desde então.

O acidente
Em meados dos anos 60, a  carreira dos Beatles estava em pleno apogeu. Tinham várias canções no topo das  paradas de sucesso do mundo todo, e estavam no caminho de se converter na banda  musical mais famosa de todos os tempos. Mas quando o sucesso vem tão rápido, é  inevitável que surjam os choques de ego entre os membros do grupo.

Assim,  segundo a lenda, em 9 de Novembro de 1966, Paul McCartney abandonou o estúdio de  gravação de Abbey Road depois de uma forte discussão com seus colegas; pegou seu  Aston-Martin e saiu a toda velocidade sem prestar atenção à estrada até que, ao  chegar a um cruzamento, não prestou atenção ao semáforo e foi abalroado por um  caminhão.

Brian Epstein, então empresário dos Beatles, foi avisado  imediatamente do acidente. Supostamente, Paul tinha ficado tão desfigurado que  só foi possível identificá-lo através da arcada dentária. Misteriosamente, Brian  conseguiu que a polícia não fizesse referência à morte de Paul. No relatório  policial simplesmente constava que um homem jovem tinha perecido no acidente,  mas que não teria sido identificado.

Procurando um sustituto
Os  Beatles não podiam se permitir perder um membro da banda em seu maior momento de  popularidade. A morte de Paul supunha um conflito de interesses, já que este  era, junto a Lennon, o membro mas popular do grupo e o preferido entre as  mulheres. Lennon e McCartney eram a alma do grupo e os compositores da maior  parte das canções. Por isso, e depois de superar o choque de sua morte, Epstein  teve uma idéia descabelada: procurar um sustituto, um clone que pudesse pelo  menos substituir Paul em sessões fotográficas e atuações. Para sua voz nas  gravações, utilizariam diferentes cantores que pudessem  imitá-lo.

Finalmente o suposto escolhido, um jovem chamado William  Campbell, saiu-se melhor que a encomenda: cantava bem, era ótimo músico e muito  parecido com Paul, mas contava com duas importantes diferenças: era destro (Paul  era canhoto) e só sabia tocar guitarra. Não foi problema; depois de alguns meses  de treinamento no manejo do baixo com a mão esquerda e mais alguns retoques  estéticos, estava pronto para sua apresentação em público. Durante anos o falso  Paul enganou, mas de repente, em 1969…

Surge a suspeita
O grande segredo dos BeatlesO  rumor da suposta morte e substituição de Paul McCartney apareceu pela primeira  vez em 1969. Tudo começou com um telefonema que alguém chamado “Tom” fez a Russ  Gibb, um famoso locutor da WKNR-FM. Graças a cagüetagem, Russ narrou por rádio  uma das lendas urbanas mais memoráveis de todos os tempos: a suposta morte de  McCartney e o posterior encobrimento.

Pouco depois, Fred Labour, um  estudante da Universidade de Michigan, publicou uma curiosa análise no jornal da  Universidade sobre “Abbey Road”, o disco lançado pelos Beatles nesse mesmo ano.  Fred assegurava que na capa e nas letras das músicas do disco se encontravam  numerosas pistas que delatavam a existência de uma grande conspiração para  ocultar a morte de Paul.

Começaram a realizar-se comparações visuais  entre fotografias de McCartney tomadas antes de 1966 e fotografias de anos  posteriores (que supostamente seriam de William Campbell). E assim surgiu a  lenda. Em alguns meses, os fãs de todo mundo tinham encontrado centenas de  referências ocultas ao trágico acontecimento.

O descontentamento dos  Beatles
Supostamente os Beatles, descontentes com o secretismo criado ao  redor da morte de seu parceiro, dedicaram-se a deixar pistas dispersas aqui e  ali sobre o que realmente tinha acontecido. O grande segredo dos Beatles só  seria revelado para aquele que soubessem seguir as pistas deixadas pelo grupo em  suas obras posteriores a 1966. Vejamos algumas delas:

– Sgt.  Pepper’s Lonely Hearts Clube Band (1967)
Este álbum conta com uma das  capas mais famosas da história da música e, ao mesmo tempo, cheia de simbolismo  para a lenda urbana em questão. Nela aparece uma fotografia dos quatro Beatles  vestidos como sargentos diante de uma colagem de rostos célebres, entre os quais  Marilyn Monroe, Bob Dylan, Cassius Clay, D.H. Lawrence e até Shirley cialis paypal Temple. À  esquerda dos Beatles de carne e osso aparecem umas estatúas dos mesmos em cera,  mais jovens (tal como eram antes da suposta morte de Paul) e vestidos de traje  escuro. Todas os personagens estão ante o que parece ser uma sepultura aberta  pelo que a simbologia da morte é evidente.

O grande segredo dos Beatles

O grande segredo dos BeatlesSobre  a cabeça de Paul, na capa do disco, aparece uma mão aberta. A mão aberta é um  símbolo da morte em algumas religiões orientais. É o caso, por exemplo, da  chamada “Jain Hand”, um símbolo de uma doutrina indiana que representa a  reencarnação do alma. Este fato parece ter ainda mais significado se levarmos em  conta a relação dos Beatles com a cultura indiana. Ademais ainda poderia ser o  símbolo cristão de benção.

Entre estas e outras “Sgt. Pepper’s Lonely  Hearts Clube Band” foi o primeiro disco dos Beatles que incluía a letra das  canções. Em duas delas há claras referências à morte de Paul. Na faixa 6, “She’s Leaving Home” há uma estrofe que diz “Wednesday morning at five  o’clock”. Estes seriam o dia e a hora exata do suposto acidente de carro. Na  última faixa do disco, “A Day In The Life”, a letra é ainda mais clara  quando diz: “He blew his mind out in a car, he didn’t notice that the lights  had changed” (Ele perdeu a cabeça num carro, não percebeu que o semáforo tinha  mudado).

– Magical Mistery Tour (1967) e The White Album  (1968)
O grande segredo dos BeatlesOs  Beatles aparecem fantasiados de animais na capa do disco. Enquanto três deles  estão de branco, Paul está vestido de negro (a cor da morte). Paul é a morsa  (“Walrus”, em inglês). Na canção “I’m The Walrus” (Eu sou a morsa) é John  Lennon que canta, portanto a morsa é ele. No entanto, posteriormente, na canção “Glass Onion” do álbum “The White Album”, John Lennon canta “Well here’s another clue for you all. The walrus is Paul” (Bem, aqui há uma  última pista para todos vocês. A morsa é Paul). Além do quê, ao final de “I’m The Walrus” pode escutar-se uma voz que diz “Bury me, bury me,  bury my body… Oh finally death” (Enterra-me, enterra-me, enterra meu corpo…  Oh finalmente morto).

– Yellow Submarine  (1969)
O grande segredo dos BeatlesO  submarino que dá nome ao disco aparece na parte inferior da imagem. A letra da  canção que dá título ao disco: “Sky of blue, sea of green in our yellow  submarine” (Céu azul, mar verde em nosso submarino amarelo). O submarino  representa o ataúde de Paul, enterrado numa colina de grama verde.

Mas  este não é o único símbolo claro, já que de novo volta a aparecer a mão aberta  sobre a cabeça de Paul.

– Abbey Road (1969)
A capa do  último álbum da banda também esta carregada de referências à morte de Paul. Os  quatro Beatles aparecem em fila, como encenando um cortejo fúnebre. John Lennon  vai vestido de branco: é o pregador, Ringo está de luto, é o amigo do defunto.  George Harrison, a sua vez, vai vestido com um roupa informal, estilo cowboy: é  o coveiro. Paul é o único dos quatro que está descalço e caminha com os olhos  fechados. Em muitas culturas orientais, os defuntos são queimados descalços.  Notar também que seu passo está descoordenado com respeito aos demais, como se  não pertencesse à procissão.

O grande segredo dos Beatles

O grande segredo dos BeatlesPor  último, o carro negro estacionado à direita, em segundo plano, parece um carro  fúnebre. O resto de detalhes são mais sutis, mas claramente reveladores. Há duas  pistas que são especialmente importantes. A primeira é que Paul está fumando com  um cigarro na mão direita. Recordar que Paul McCartney era canhoto enquanto  William Campbell, seu suposto sustituto, era destro, ainda que tenha aprendido a  tocar o baixo com a mão esquerda para disimular esta diferença. O segundo  detalhe é a placa do fusca branco estacionado em segundo plano, “28 IF” (28 SE)  28 anos seria a idade que teria Paul McCartney no lançamento do disco SE ainda  estivesse vivo.

Conclusão:
Notem que toda a história é  bem enredada e por mais que pareça (seja) um boato, apenas uma lenda urbana,  poderia ter muito bem acontecido sim.

Além de quê, os fatos que geraram  todo este “hoax” poderiam sim ter sido uma jogada de mestre e de marketing  criados pelo empresário para manter a banda sempre em evidência. Some se ao fato  de serem músicos sensacionais e que que estavam a frente de seu tempo não  poderia resultar diferente: A melhor banda de todos os tempos.

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