A mensagem chegou antes dos primeiros raios de sol. Chegou silenciosa. Em alvíssaras de fé na vida. Achava que não merecia tanto; não merecia nada. Imersa que estava no rebuliço dos seus escuros mais distantes. Alguém – em algum lugar do mundo – lhe mandara uma mensagem. Alguém. Uma visita inesperada. Alguém a lhe estender as mãos no meio do furacão do seu mais completo desaparecimento. Alguém. Aquela mensagem, àquela hora. Depois disso, sentiu-se um pouco menos só. Levantou-se, foi até a cozinha, abriu a janela, encheu a caneca de alumínio com a água do velho filtro de barro e bebeu – paulatinamente – os goles daquela pequena alegria desavisada. Antes mesmo de o dia clarear.
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