Brasília (4 de agosto) – Feito no início da tarde de quarta-feira, com o mercado acionário em plena atividade, mas do conhecimento dos investidores desde a manhã, o anúncio do ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que o governo decidiu formar um grupo de trabalho para estudar a criação de uma megaempresa brasileira de telecomunicações, com a fusão da Oi (ex-Telemar) e Brasil Telecom (BrT), afetou de algum modo as negociações dos papéis dessas empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Alguém ganhou e alguém perdeu muito dinheiro com isso. Não seria o caso de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o órgão encarregado de assegurar a lisura e a transparência dos negócios no mercado de ações e com poderes para punir os que não respeitam as normas vigentes, investigar esse episódio?
Sendo evidente que a decisão teria grande impacto sobre as cotações dos papéis das empresas envolvidas, não teria sido necessário que os responsáveis pela divulgação da informação avisassem previamente a CVM, para que esta, para evitar danos aos investidores, agisse preventivamente, estabelecendo critérios para a divulgação do fato e até mesmo suspendendo temporariamente as negociações das ações cujas cotações pudessem ser afetadas?
(more…)