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Que o Brasil melhorou bastante nos últimos anos é inegável. Contudo, ainda temos muito que trabalhar para que possamos deitar em nosso berço esplêndido e aproveitar os louros de nossa grandeza. Melhores condições de saúde, saneamento e vida nas grandes cidades. O problema da violência que é um impeditivo poderoso para que nossas cidades deslanchem economicamente de forma mais rápida. A corrupção que, mesmo sendo combatida, ainda é algo muito institucionalizado em nossa cultura e deve ser implacavelmente combatida desde o mais simples entregador aos mais altos escalões governamentais.
Mas, para nossos políticos, isso não importa muito. Os problemas brasileiros são meros detalhes a serem considerados em seus discursos e citados em suas campanhas eleitorais. Quando muito, nossos problemas podem ser alvo de uma comissão qualquer. Desde que, é claro, isso venha a gerar um gordo e suculento contrato com empreiteiras.
Diante de todos problemas e dos hercúleos esforços dos bandidos e safados de plantão para desviarem o dinheiro dos cofres públicos; o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, está imbuído numa luta titânica em nome da solução de um problema gravíssimo que afligirá milhões de brasileiros e trará um profundo desgosto e apreensão para toda a nossa nação.
Se você pensou: “Será a Amazônia e os problemas com os índios”?
Se você pensou: “Serão as recentes denúncias de corrupção envolvendo políticos do Amazonas”?
Se você pensou: “Será a perspectiva de estar-se armando um complô internacional para internacionalizar nosso mar territorial”?
Se você pensou: “Será a questão dos gastos com os cartões corporativos e os problemas com o dossiê”?
Você errou redondamente. Ora amigo leitor; fique tranqüilo. O senador Arthur Virgilio é um político esperto e sabe cuidar e priorizar os assuntos mais importantes para nosso país. Afinal, para isso foi eleito. O nobre senador está trabalhando ativamente contra um dos maiores absurdos que nossa república já viu. Algo que pode abalar os próprios alicerces da nação e levar nossas vidas ao colapso e a derrocada final: O uso, por atores, de máscaras de FHC, Collor e Sarney numa cena de filme.
Sim amigos. O senador está movendo montanhas e queimando recursos públicos para combater essa importante e incrível afronta as instituições democráticas brasileiras. Afinal, segundo ele: “Estão desacatando o presidente de honra do meu partido”.
Ora caro senador. Seria muito mais importante que sua energia fosse canalizada para explicar para onde foram os bilhões arrecadados com as privatizações de FHC. Seria muito mais importante se o senhor gastasse seus recursos e energias, para explicar o porque do valor da privatização da Vale do Rio Doce não considerar a montanha de minério de ferro que havia nos depósitos da empresa e que simplesmente “desapareceram” na avaliação; para, logo depois, “reaparecerem” após a privatização firmada. Dando um prejuízo de alguns milhões de dólares ao nosso país. Ora, caro senador, seria muito melhor gastar suas energias explicando o porque do desempenho pífio das oposições na CPI do cartão corporativo e dos misteriosos gastos de FHC com o mesmo cartão.
Afinal, caro senador, seria muito mais importante que o senhor se preocupasse em elaborar leis que contribuíssem mais efetivamente para o combate a corrupção e a violência em nosso país. Seria muito mais importante que o senhor desempenhasse o seu mandato em prol do povo do estado que o elegeu; e não em prol de FHC.
Nobre senador, o povo não quer saber quais máscaras são usadas em filmes. O povo quer saber de trabalho, salário, saúde e educação. Se FHC se ofendeu, demonstra apenas uma ridícula postura antidemocrática. Pois os presidentes americanos já foram retratados da mesma forma e, por lá; ninguém se sentiu ofendido. Pois, se o fizessem, teriam suas posições ridículas desmascaradas pela imprensa e pela opinião pública americana.
Esqueceram de lhe avisar que é apenas um filme. Esqueceram de lhe avisar que são apenas máscaras de papel (como aquelas de carnaval). Esqueceram de lhe avisar que ninguém vai pensar que FHC está assaltando um banco. Podemos até procurar e ansiar pelas explicações sobre as privatizações. Mas sabemos que, neste caso, é apenas um filme.
Ou tudo terá um fundo de verdade?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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