Dor de barriga. Ela não acreditou. Isso não é possível. Insensível. Mentiroso. Acho que foi uma coxinha. Só pode ter sido isto, uma coxinha. Maldita coxinha. Vá à merda. Mais ainda? É verdade. Não vai dar. Puta dor de barriga! Sei que a gente combinou. Sei sim. Não estou amarelando. Nunca mais na minha vida como coxinha. Ela se arrumou toda, fez luzes no cabelo, vestiu-se num sensual vestido azul, depilou as pernas, pintou as unhas com um esmalte branco cintilante. Mas pra quê? Fritura. Fritura, criatura! Eu sei. Eu sabia que você não ia acreditar. Você nunca acredita. Não resisti quando vi a coxinha. Você sabe que adoro iguarias, não sabe? Então. Desandou tudo dentro de mim. Também tinha uns presentes pra você. Tinha sim. Tomei um comprimido de imosec, suco de limão com maisena… Isso. Não adiantou nada. Estou sem forças. Coxinha, eu mato quem inventou essa droga. Faz tempo, eu sei. Mas tenha calma… Compreenda as minhas razões, ou melhor, o meu estado. Ooooh, sem palavrões. Não se desespere. Vá ao shopping, tome um sorvete, mas lembre-se: coxinha, jamais!
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