Outro dia, comecei uma postagem aqui, com um velho clichê dos filmes de herói do passado: “Quando tudo parecia perdido…”
Eu me referia à capacidade de nossos políticos tem de se superar em matéria de “cagadas” e “meter os pés pelas mãos”. É incrível como conseguem cavar cada vez mais o fundo do poço. Ao qual chegaram há muito tempo. Quando você pensa que a “falcatrua-mor” ou “o escândalo definitivo” foi alcançado e, a partir daí, lhes restará apenas caminhar para a redenção e a mudança de costumes; eles trabalham incessantemente, para nos mostrar que podem descer mais e mais.
Parafraseando o falecido Saddam Hussein, a “MÃE DE TODAS AS CAGADAS”, agora, é esse escândalo de espionagem promovido pelo Renan Calheiros e seus parceiros. O mais inacreditável e espetacular, foi ver o senador alagoano, ontem (09/10), mostrar a uma nação embasbacada, o que é ser um verdadeiro canalha. Na mais pura essência.
Ao ser confrontado pelos senadores da oposição, ele assimilou cada golpe, como se fosse feito de aço nobre. Com sua cara lavada e talhada na mais pura peroba rosa, ele sorria impávido e desafiador. No plenário, enquanto o destino da nação era enxovalhado e a história do senado era, mais uma vez, mergulhada na lama das falcatruas, nossos responsáveis representantes deliciavam-se com as fotos da “Garota Renan” na Playboy, Mônica Veloso.
Masturbando-se mentalmente, eles gozavam exultantes sobre as formas deliciosas da morena, enquanto imaginavam se ela toparia ir para a cama com eles. O que ela pediria? Uma correspondência internacional? Uma estação de rádio? Um canal de Televisão? Ou apenas mais mordomias e vantagens regadas a muito dinheiro público?
Enquanto deliciavam-se com seus pensamentos libidinosos e suas mãos ágeis, eles deixaram de perceber a perícia canalhística de Renan Calheiros. Na tribuna, ele sequer balançava frente aos ataques incessantes de seus desafetos. Teve ainda a incrível presença de espírito, certamente, forjada em anos de convivência com mestres como Collor, FHC, ACM e outros; de ridicularizar seu aliado mais importante no último julgamento: O Senador Mercadante. Ao deixá-lo falando sozinho, Renan, afirma sua posição de “macho-alfa” do bando. Literalmente urina sobre o rosto de seus apoiadores e os coloca em seu lugar.
Pasmo e sem graça, Mercadante, fica suplicando para que Renan o escute; enquanto o colosso impassível retira-se de cena, reduzindo-o a pó de traque. Mercadante que já foi considerado por muitos, homem íntegro e figura política proeminente, aprendeu da forma mais dura que se aliar aos canalhas, rende apenas sofrimento e dor. Pois, aos canalhas, importam apenas seus desejos e necessidades. Aliados? Isso eles sabem que podem comprar a qualquer momento e que sempre há oferta de amigos pelo preço certo.
Resta saber, contudo, se ele poderá pagar esse preço daqui para frente.