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A prisão de desembargadores; de um juiz; de uma servidora e de advogados no Espírito Santo; mostra mais uma vez a clara participação de membros do nosso Poder Judiciário nas inúmeras máfias que pululam em nosso país. A venda de sentenças a empresários, bicheiros e a quem pode pagar o preço da honra desses senhores mostra de forma clara e inequívoca a falsa imagem que os membros do Judiciário (em particular os juízes) têm de si mesmos.
Em suas togas negras, nos verdadeiros palácios que constroem em sua própria honra; nossos juízes se declaram abertamente seres superiores e dotados de poderes além do mundo mundano. Mesmo não declarando essa idéia abertamente; uma parte do Judiciário, mais retrógrada e arraigada nos “velhos costumes” coronelistas, se vê intimamente ligado a esse pensamento.
Julgam-se tão superiores que se enchem de privilégios nababescos e injustificáveis. Sendo o maior deles a aposentadoria em caso de condenação por ilícito. Mesmo culpados e condenados por crimes diversos, jamais perdem seus polpudos rendimentos. Afinal de contas, o correto seria ver esses vermes que se aproveitam de um cargo cheio de honras, de um bom salário e de uma posição de destaque na sociedade para delinqüir; obrigados a mendigar casos e a exercer a advocacia como qualquer estagiário recém saído da universidade. Mesmo que, no fim da vida, teriam de trabalhar para sobreviver.
Mas, não podemos relegar ao mesmo poço de imundícies todos os nossos juízes. Há homens e mulheres de hombridade a toda prova; de caráter imbatível e que exercem suas funções com a mais alta honra e sentimento de doação.
Deve chegar o momento de acabarmos com esse ranço de atraso que provoca nos juízes a idéia de que são “seres superiores” e que declarem isso em suas sentenças (como já aconteceu). Que exijam tribunais nababescos para “trabalharem” e queiram pisar apenas sobre tapetes persas da mais fina tecedura. É também chegada a hora de encerramos esses privilégios de advogados que a OAB tanto adora evocar. Qual o real impedimento de revistar-se advogados na entrada e saída de presídios? Qual o problema que isso pode gerar? Se o advogado for honesto nenhum. Sabemos que inúmeros advogados são os pombos-correio de traficantes e bandidos da mais alta periculosidade e se escudam nesses privilégios para delinqüirem. Tudo sob a égide e defesa da O.A.B..
Juízes e advogados são seres humanos e, portanto, passíveis de serem corrompidos. Imaginar que alguém, por ganhar um salário alto é incorruptível ou que, por tratar-se de um juiz, o respeito ao cargo deve ser o mesmo prestado a uma divindade; é um equívoco próprio de mentes atrasadas e de países subdesenvolvidos ou mera estória do Boitatá.
As constantes prisões de juízes e demais membros do Judiciário por venda de sentenças e atos criminosos dos mais diversos; deve ser o fator de disparo de uma enorme campanha de investigação e de moralização do Poder Judiciário em todo o território nacional. Do mais simples juiz de primeira instância até os mais ricos gabinetes do STF em Brasília.
Expurgar esses corruptos e aproveitadores de nossa sociedade e colocá-los em seu devido lugar, a cadeia; é o mínimo que uma nação séria e de seres humanos que anseiam por uma justiça mais eficiente e realmente justa pode esperar.
O Poder judiciário do Brasil deve ser composto de juízes abnegados e honestos. Homens que visem o divino exercício da justiça para todos. E não mercenários e salteadores que vendem suas almas por trocados e por propinas das mais diversas.
Se até Jesus Cristo vacilou diante do sacrifício e disse aquela famosa frase (“Pai, afasta de mim esse cálice…”); o que dirá de reles seres humanos mergulhados em tentações de dinheiro fácil e corrompidos em seu mais profundo âmago por privilégios que apenas os dissociam da realidade e da sociedade que deveriam defender.
Pense nisso.
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JUÍZES, SERES HUMANOS E A HISTÓRIA DO BOITATÁ.
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