Sempre tem alguém na nossa vida. Isso não é brincadeira. Alguém com os olhos ardendo em chamas. Aqui, ali, acolá; sempre tem alguém que nos olha como ninguém nunca jamais nos olhou antes. Alguém que gosta de se pertencer à asa quebrada de um vento desavisado. Sempre tem alguém tateando pelos vãos da solidão. Sempre tem alguém de braços abertos esperando um aceno ou, sei lá, um olhar extremo. Um só olhar. Sempre tem um alguém com disposição o suficiente para nos levar – num vôo rasante e sem brevê – pelos céus de um profundo querer-se bem. Alguém que nos é invisível por mais visível que pareça ser. Sempre tem alguém que merece muito mais do que séculos e séculos de resignação, alguém a quem o amor possa chamar carinhosamente pelo epíteto “meu bem”. Sempre tem.
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