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Alguém disse certa vez que, nas guerras, a primeira vítima é a verdade. Nada mais justo e verdadeiro. Afinal de contas, desde que o grande general chinês Sun Tzu (Século IV A.C.) disse que para vencer era necessário conhecer o inimigo; exércitos e guerreiros vêm explorando e captando todas as informações possíveis dos inimigos, usando-as para destruí-los ou para encontrar uma forma mais rápida e eficiente de fazê-lo. E, com isso, a propaganda de guerra nasceu e atingiu o “estado da arte” com os nazistas durante a Segunda Grande Guerra.
Não escondo de ninguém minha opinião sobre os conflitos no Oriente Médio e a imbecilidade que representa o fundamentalismo religioso. Mesmo tendo plena convicção de que essa guerra entre Hamas e Israel tem muito pouca influência desse componente; muitos ainda acham que assim é. Afinal de contas, se considerarmos a história bíblica, Israel “surgiu” na região há milhares de anos e se estabeleceu mediante o poderio militar.
A grande verdade é que ambos os lados estão errados e cometem atrocidades e crimes contra a humanidade de forma descarada e contínua sem que a O.N.U. e os tribunais internacionais nada façam para deter a ambos.
O ataque à escola da O.N.U. e a divulgação de imagens de militantes do Hamas atacando tropas israelenses a partir de lá; foi um daqueles momentos em que alguém perdeu a oportunidade de ficar calado para não cometer uma burrice sem tamanho. Afinal de contas, “as provas” eram de 2007. O Mossad pode ser o melhor serviço secreto do mundo; mas o serviço de assessoria de imprensa militar de Israel deveria ter todo o seu staff cozido vivo. A divulgação do vídeo deixou bem clara a tentativa de encobrir-se um óbvio crime de guerra. Infelizmente, sabemos muito bem que graças a forte influência dos E.U.A. nas Nações Unidas e nesses tribunais internacionais nada será feito e que a “rigorosa” investigação pedida pela O.N.U., se um dia chegar a ser feita, provavelmente não punirá ninguém.
Exatamente a mesma coisa deu-se no ataque ao comboio das Nações Unidas durante a trégua (causando a morte de funcionários da O.N.U.). Ações militares executadas sob trégua são consideradas crimes de guerra. Quem será punido? Isso mesmo: Os mortos já o foram.
Por outro lado o Hamas aplica na população civil o terror do extermínio de “colaboracionistas” e de “agentes do sionismo” para justificar o massacre de inocentes que não querem se oferecer como escudos humanos ou que se recusam a pegar em armas para lutar por eles.
Gaza transformou-se num campo de extermínio. Como bem disse o Cardeal Renato Martino, ministro de Justiça e Paz do Vaticano. Sendo tolamente rebatido pelo governo israelense que o chamou de “arauto do Hamas”. Mas, por lá, muito mais do que “simples” vidas humanas estão sendo exterminadas. A cada pequeno “terrorista sádico” que é despedaçado pelos mísseis; a cada “colaborador sionista sujo” que é morto covardemente; a cada soldado que empunha seu fuzil e é obrigado a matar para que políticos consigam elegerem-se e a cada ser humano que morre nessa guerra suja; nossa humanidade é a exterminada.
A verdadeira guerra não está em combater o vizinho. Está em combater nossos próprios preconceitos e temores. Afinal de contas, nessa guerra de informações e de propaganda, os vencedores e derrotados serão exatamente os mesmos. Israel perderá a simpatia da opinião pública mundial e terá um enorme contingente de novos terroristas prontos para pegar em armas contra qualquer alvo judeu no mundo todo. O Hamas corre o risco de ver as principais lideranças serem exterminadas e de ter sua capacidade de luta e de reconstrução de Gaza eliminadas. Além disso, isolados e sem os túneis sob a fronteira do Egito e da Jordânia; muito em breve a fome, as doenças que acompanham as guerras e o próprio desespero poderão fazer o trabalho que exército israelense tenta executar faz tempo.
Pense nisso.
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ISRAEL, HAMAS, E A PRIMEIRA VÍTIMA DA GUERRA.
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