O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou hoje (12) que dispensou sua vice, Deborah Duprat, devido ao confronto de opiniões entre eles evidenciado na semana passada. A divergência de ideias foi registrada durante o julgamento da validade do projeto de lei que inibe a criação de novos partidos, iniciado na última quarta (7).
“O relacionamento institucional entre o procurador-geral da República e o vice-procurador-geral pressupõe, e eu diria que até impõe, uma sintonia de conduta que aquele episódio evidenciou que já não era suficiente”, disse Gurgel, ao deixar sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta tarde.
Enquanto o procurador-geral defendeu em parecer que o projeto de lei sobre os novos partidos é casuístico e inconstitucional, a subprocuradora criticou a interrupção da discussão no Legislativo antes que a lei ficasse pronta. Ela substituiu Gurgel ao apresentar o parecer no plenário do Supremo porque ele estava em missão oficial na Espanha.
O procurador-geral destacou que as divergências são apenas profissionais e que não tem “qualquer restrição pessoal” a Deborah, que voltou a integrar o quadro de 61 subprocuradores-gerais. Ele disse que o cargo de vice será provisoriamente ocupado pela vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau.
Segundo Gurgel, o afastamento de Deborah não está ligado ao contexto da troca na chefia do Ministério Público, que deve ocorrer em agosto. Deborah é uma das três indicadas pela categoria para ocupar o posto.
Agência Brasil
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