ESN: 16675-080201-838850-87
Você é hipócrita?
Lendo um artigo escrito pelo juiz Siro Darlan, onde ele traça um paralelo entre o personagem “João Estrella” e o traficante “Tuchinha” do morro da Mangueira no RJ (um dos mais sangrentos chefes do tráfico que a cidade já viu); percebo claramente como a visão deturpada e romanesca que certas autoridades ligadas ao judiciário brasileiro tem da criminalidade das grandes cidades beira ao quixotesco e ao folclore.
Nesse artigo, o juiz acusa a sociedade de hipócrita e critica a todos por terem manifestado sua opinião contrária quanto à liberação desse perigoso traficante; antes que tenha cumprido a sua pena. Beneficiado pela lei pró-crime brasileira, Tuchinha foi condenado há 43 anos por vários crimes e é investigado por outros mais, tendo em sua conta vários homicídios que as investigações sem recursos, não conseguiu provar; e com apenas alguns anos teve a liberdade garantida.
Para o juiz, Tuchinha, foi “injustiçado”. Ao tentar reintegrar-se a sociedade, com sua nova carreira de compositor se sambas e pagodes, o traficante foi execrado e visto com desconfiança. Tendo, por isso, sua reabilitação comprometida.
Meritíssimo, me desculpe, mas quando eu era bem criancinha; mamãe me ensinou a contar: “Meu filho; dois mais dois são quatro” – Ela, em sua sabedoria simples repetia e me ensinava. Mais tarde, já na escola, tive a confirmação de que ela estava certa.
Mas, lendo seu artigo, sinto-me tragado por um vórtice temporal e levado a um universo paralelo onde essa realidade matemática é elástica. Sendo possíveis milhares, se não milhões, de variações para esse resultado.
Vamos, então, nos ater as leis da física deste universo e somar juntos:
Tuchinha é libertado + Tuchinha ganha samba enredo da Mangueira + Mulher de Fernandinho Beira-Mar é homenageada pelo presidente da Mangueira + Descoberta passagem secreta do tráfico na quadra da escola + Denúncias de que traficantes comandam a bateria e a escolha da rainha da bateria da Mangueira = Tuchinha atuando.
Pode ser que, em sua visão magnânima e acostumada às mordomias do judiciário e aos inúmeros salamaleques e rapapés distribuídos em profusão; a liberdade do Tuchinha não esteja relacionada aos fatores da equação acima. E que toda a sociedade seja mesmo hipócrita e queira banir um assassino sanguinário e um marginal perigoso de seu seio. Se assim for, me incluo destro do rol dos hipócritas com muita honra.
Ora meritíssimo, não estamos falando de batedores de carteira, estelionatários ou ladrões de galinha. Estamos falando de facínoras que não hesitam em matar centenas de pessoas apenas para garantir seu poderio. Estamos falando de sádicos e psicopatas que ordenam a morte de inocentes em algo chamado “microondas” (o corpo e preso a pneus, banhado com gasolina e é ateado fogo com a vítima ainda viva).
Animais como esses, mesmo que se arrependam, devem apodrecer em cadeias fétidas e escuras. Execrados e banidos da sociedade a qualquer custo. Pois, não é pelo fato de terem se arrependido, que devem ser perdoados de seus crimes. Pergunte a quaisquer das centenas de parentes das vítimas desses animais. Pergunte a mão de João Hélio, se ela adora que o algoz de seu filho seja protegido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Seu artigo, meritíssimo, lembra-me muito as lendas do Saci Pererê, da Mula Sem Cabeça, do Caipora e as Estórias do Boitatá. Meros contos folclóricos onde criaturas malignas perseguem os índios ou os caboclos na mata.
Enfim. Acreditar que criminosos dessa natureza são injustiçados pela sociedade, em minha opinião, é a verdadeira hipocrisia.
E você leitor, o que acha?
Leia o artigo aqui.
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Texto originalmente escrito em: Visâo Panorâmica
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FADAS, DUENDES E A ESTÓRIA DO BOITATÁ.
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