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Um ditado antigo diz que você pode vestir e perfumar um porco. Mas, ele continuará sendo um porco.
Com populistas a coisa é igual. Eles até podem acertar aqui e ali. Mas, na essência, sempre preferirão adotar as praticas que lhes são confortáveis.
E foi assim com o governo Dilma.
Diante do dilema provocado pela desastrosa gestão da “Era Lula”, Dilma viu-se forçada a efetuar cortes drásticos no orçamento da União e encarar a realidade de que o país está sem recursos sequer para gerir o básico de suas necessidades.
Visando impedir o colapso de nossas finanças e a explosão da inflação – que já é superior a 11% nos últimos doze meses – Dilma, seus assessores e a elite petista resolveram cortar custos em áreas indispensáveis do orçamento da União e em setores que qualquer estadista, minimamente preocupado com o futuro do país, só mexeria em caso de extrema necessidade e em última instância. Os cortes foram feitos justamente na saúde, na educação, na modernização de infraestrutura e na construção de casas populares.
Ironicamente, Dilma escolheu como slogan do seu governo a frase – repleta de obviedade – “Um país rico é um país sem pobreza”. Mas, esse slogan poderia ser alterado para: “Um partido rico é um partido que perpetua a pobreza”. Já que, fundamentalmente, é isso que o PT, a presidente e seus assessores parecem desejar fazer na realidade.
Mais uma vez digo que o Bolsa Família, como foi concebido inicialmente, seria um programa social libertador e inovador. Contudo, com o desenrolar dos problemas enfrentados por Lula e das dificuldades impostas pelas oligarquias que dominavam os rincões do país e não desejavam ver as grandes massas livres de sua influência e nem independentes do assistencialismo proporcionado por elas; o programa acabou descambando para a mera distribuição de dinheiro fácil. Provocando distorções enormes (já abordadas em outros artigos) a ponto de cidades inteiras afundarem na ociosidade pelo simples fato de sobrarem empregos e ninguém se candidatar a eles para não perder os benefícios do Bolsa Família e da aposentadoria rural sem contribuição. O mais terrível é que essas distorções foram diagnosticadas pelo próprio Ministério do Trabalho, amplamente divulgadas, e absolutamente nenhuma providência foi tomada para corrigi-las.
Ao cortar verbas necessárias e essências da educação, Dilma elimina qualquer esperança de libertar as famílias que recebem o Bolsa Família da pobreza. Afinal de contas, uma escola ruim é incapaz de formar indivíduos aptos a detectar oportunidades que os levem a ascensão econômica e social por seus próprios esforços.
Por outro lado, ao conceder aumentos polpudos e bem superiores à inflação, a presidente acirra as distorções já mencionadas e incentiva – cada vez mais – a criação de novos bolsões de assistidos sem qualquer estímulo ou prazo para abandonarem o programa. Vai-se apenas inchando a base de atendidos pelos programas sociais, aumentam-se os gastos do tesouro, até não poder mais, com uma parcela da população que nada produz (pois é impelida a isso) e, em contrapartida, se desfavorece o trabalhador assalariado com aumentos pífios.
Também não se pode deixar de mencionar que a tão alardeada necessidade de cortes drásticos parece não atingir a classe política que obteve aumentos salariais entre 60 e 130% e, embalados pelas reivindicações dos tribunais federais, poderão receber ainda mais. Desta forma, fica clara a opção pela prioridade da manutenção de privilégios e da perpetuação da miséria. Além disso, acelera-se o cultivo de uma massa refém dos programas sociais, disposta a ser chantageada e a votar em qualquer um para se manter no ócio remunerado e na dependência cruel dessas esmolas.
Abandonam-se as ações que realmente proporcionariam a libertação dessa gente da fome, da pobreza e da miséria absoluta simplesmente pela manutenção de um mecanismo mais fácil e muito mais eficiente de escravização. Que é aplicado com requintes de crueldade e sob os aplausos anestesiados e iludidos da legião de escravos.
Eles ganham. Perdemos todos nós e, principalmente, o país.
E você leitor, o que pensa disso?
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