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Sem dúvida alguma, domingo será um dia em que o destino da Bolívia e do governo de Evo Morales será decidido. Com o referendo pela autonomia das regiões mais ricas sendo votado neste dia, se Evo Morales perder, sua derrota praticamente decretará o fim de seu governo. Mesmo que não efetivamente, com sua deposição, mas na prática. Pois sem as províncias mais ricas, a Bolívia ficará ingovernável. E a tendência é que revoltas pipoquem e o governo eleito acabe por ruir. Sua única chance, será tentar um acordo ou um pacto com todas as correntes políticas bolivianas.
Ele sabe que suas chances serão jogadas no plebiscito. Tanto é verdade que ameaça mobilizar sua claque para impedir a realização da votação. A oposição boliviana diz claramente que já há, no território daquele país, milicianos cubanos e venezuelanos que aguardam a ordem de Evo para impedir a votação; semeando a violência nas províncias.
Normalmente, esses regimes messiânicos agem assim: A democracia é ótima e está sempre em suas bocas. Mas basta que ela descambe para o lado contrário aos seus desejos, que a palavra perde o sentido e seu significado é rapidamente esquecido e substituído pela boa e velha repressão.
Se realmente ocorrerem distúrbios provocados pelos partidários de Evo e de Chávez, fica bem claro que na Bolívia instalou-se mais uma republiqueta de segunda. E cai por terra, o discurso dos defensores de Evo e de suas “reformas pelos pobres”. Ficará claro que se trata apenas de mais um “ditadorzinho de meia tigela” tentando fazer valer sua vontade sobre o povo. E que tem medo, até mesmo, de que a menor chance de oposição a suas vontades se manifeste.
O referendo deve acontecer dentro do espírito democrático e do estado de direito. Segundo a própria oposição, não é objetivo do referendo a separação da Bolívia. Portanto, a desculpa de Evo de que “querem armar um golpe contra ele”, trata-se de mais uma falácia.
O futuro será determinado pela forma como o plebiscito transcorrer, mesmo com a vitória da oposição, Evo poderá manter as rédeas do país conclamando o povo boliviano para um acordo ou um pacto com todas as correntes políticas. No entanto, se houver violência e o impedimento para que a votação transcorra normalmente, o governo boliviano mergulhará em dificuldades internas cada vez piores. E ficará praticamente impossível pacificar as correntes que disputam o poder na Bolívia hoje.
Domingo será o teste para que o mundo saiba se a Bolívia é realmente um país democrático que respeita a opinião da maioria de sua população; ou mais um país de terceira com um aspirante a “Todo Poderoso” no poder.
E você leitor, o que pensa disso.
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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