Em Itapevi, o projeto “Conexão Cidadã” vai transformar máquinas caça-níqueis apreendidas pela polícia em computadores com acesso à internet, destinados ao uso educacional ou em órgãos públicos municipais. “Vamos aproveitar esses equipamentos, antes usados na contravenção, para algo positivo, promover inclusão digital”, diz o idealizador e coordenador do projeto, Fábio José de Andrade.
“As máquinas têm quase todos os componentes de um computador. Retiramos a placa de jogo e a noteira (ou moedeira) e acrescentamos itens como mouse e teclado e um grupo de grafiteiros faz a pintura”, explica Andrade.
“O que era apenas uma maneira de se desperdiçar dinheiro, hoje poderá servir para a educação de muitos”, destacou a prefeita Ruth Banholzer (PT), durante o lançamento do projeto, no fim de fevereiro. O custo para a transformação de cada máquina é de R$ 90,00, cerca de 10 vezes menos do que o valor de um computador popular, que, hoje, custa em média R$ 900,00.
Até o fim do ano, o objetivo é transformar 100 caça-níqueis em computadores. Participam do “Conexão Cidadã” 20 estagiários de outro projeto da prefeitura, o “Inclusão Jovem”, que oferece cursos e um salário mínimo mensal para 200 jovens de 16 a 18 anos estagiarem em laboratórios de informática municipais.
Conversão
Em julho de 2007, o governo do Rio de Janeiro implantou projeto semelhante ao de Itapevi. A estimativa é de que cerca de dois mil caça-níqueis já foram transformados em computadores para o uso de escolas e órgãos públicos. O governador Sérgio Cabral (PMDB) declarou que o reaproveitamento das máquinas, “é a conversão do mal para o bem” (Leandro Conceição).