Dias de cão

Sei que isso acontece com muita gente, mas viver assim não é fácil. O meu nariz entupiu. Congestionou. Tudo aconteceu há cinco dias. Minha filha foi quem primeiro notou o fenômeno. Ela disse que a minha voz estava estranha. Estranha? Como assim?

Dias de cão.

Nunca pensei que um nariz entupido pudesse provocar risos nas pessoas. Minha filha ria de mim dizendo que eu estava muito engraçado. De fato, me senti como aquele nariz protagonista do livro de Olivier Douzou intitulado: O Dariz.

Então, depois de uma consulta pela internet, encontrei dicas infalíveis para desentupir o meu nariz: fiz auto massagem, fervi água com alho; usei soro fisiológico, inalei vick. Nem sabia que existia um tal de chupador de melecas.

Credo!

Quero dizer e vou dizer que o meu nariz continua endupido, perdão, entupido. Por falar em nariz estou lendo agora o conto O nariz de Nikolai Gógol, aliás, a história de Douzou originou-se da de Gógol e este meu texto nasceu das duas leituras e do riso da minha filha.

Agora, com a sua licença, vou ali inalar um pouco de água fervendo com um dente de alho.

Tenha um bom dia.