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Enquanto nossos ancestrais europeus (pelo menos da maioria dos brasileiros) ainda urinavam em penicos e jogavam seus dejetos pela janela nas ruas, os árabes dispunham de um sistema de esgoto, iluminação pública e um alto conhecimento de matemática, astronomia e filosofia.
Infelizmente, a visão deturpada de alguns fundamentalistas cristãos, levou os povos orientais e ocidentais a um choque cultural e a uma disputa sangrenta que se arrasta por séculos. A dura verdade é que, um povo oprimido, tem o direito de defender-se. Contudo, esse direito deve restringir-se apenas aos que os oprimem e aos instrumentos dessa opressão. Leia-se alvos militares.
A face cruel do terror é claramente exposta, quando os homens-bomba (uma invenção criada para combater os cruzados); atacam crianças ou pessoas inocentes para atingirem sua finalidade: Espalhar o medo e a insegurança. Digo que os homens-bomba foram criados graças a nós; pois seu surgimento dá-se na época das Cruzadas. Quando uma seita denominada “Haschichiyun”, cuja pronuncia fez nascer a palavra que conhecemos hoje como “assassino”. A seita nasceu no século XI, quando o missionário ismaelita Hassan Sabbah (1034-1124), “encarnação de Deus na Terra” lançou suas bases.
Os indivíduos infiltravam-se nos castelos e em meio ao povo, para praticarem os assassinatos. Se capturados nada falavam. Morriam sem a menor vacilação. Acreditavam na “Qiyamat al Qiyamat”; “A Ressurreição da Ressureição”. Lógico que não havia bombas, mas os princípios aplicados eram os mesmos. A morte e o assassinato como meio de implantar o terror no “alvo”.
Por que isso tudo? Simples, porque os cruzados entravam nas cidades e matavam todos: Homens, mulheres, crianças e velhos. Matavam por “nosso” Deus e Alá era Satã. Com o passar dos anos, e dos séculos, a coisa se inverteu. Hoje são os árabes que matam em nome de “seu” Deus (Alá) e o “nosso” Deus é considerado Satã. E da mesma forma que antes, matam nossas mulheres e crianças inocentes em nome desse mesmo Deus.
Quer ver uma coisa mais estranha ainda? Alá e “nosso” Deus são os mesmos personagens. Nem preciso falar dos judeus que também adoram o mesmo Deus. Na realidade, a “celeuma” toda, gira em torno das estúpidas liturgias de adoração. Diferenças acrescentadas por homens para que houvesse uma uniformidade nos templos e no comportamento de cada povo.
Infelizmente, o fundamentalismo dos três lados, impede a evolução natural que o amadurecimento espiritual promove nas pessoas. Devido à extrema pobreza, a deficiências educacionais e o domínio das mentes criativas árabes e ocidentais pelos reacionários fundamentalistas; hoje eles se encontram no estágio de “Idade Média” que nós nos encontrávamos.
Não que sejamos muito mais evoluídos, ainda hoje, imbecis e aproveitadores manipulam a religião de modo a satisfazer suas necessidades, nada místicas e elevadas, em detrimento dos verdadeiros objetivos da fé: A PAZ, O AMOR E A HARMONIA entre os homens. Enquanto as massas iletradas e desprovidas de oportunidades se apegarem ao ódio como meio de justificar suas próprias deficiências, essa barbárie continuará.
Nós, os árabes e os israelenses temos todos nossa parcela de culpa nesse círculo de ódio que nada acrescenta. Apenas serve para prolongar a miséria dos povos e a submissão dos mais fracos. E isso é o que interessa aos líderes fundamentalistas de todas as religiões. Pois o homem livre pensante e de mente colaborativa é um perigo constante para a manutenção do “Status” dessas lideranças. Basta ver a morte de Jesus; que é uma história mais acessível à maioria dos leitores. Por que ele foi morto? Quem solicitou sua morte aos romanos?
As respostas todos sabem. Sua morte foi pedida pelos sacerdotes. Pelo simples fato de que pregava que Deus vivia em cada um, e não eram necessários templos e rituais para adorá-lo. Apenas amar o próximo e ser “um justo”. E essa era uma mensagem poderosa e perigosa. Pois, se emplacasse, causaria a derrocada financeira dos templos e, conseqüentemente, dos sacerdotes. E o mesmo se dá hoje.
A cada homem-bomba que se imola, na esperança de entrar no paraíso, mais e mais se beneficiam os líderes e os poderosos desses ramos radicais. Se esse ato é tão sublime; porque eles não o encaram? Simples, querem apenas fantoches descerebrados; para que assim possam usufruir as vantagens terrenas advindas das mortes desses idiotas-mártires.
E a vergonhosa escalada de recrutamento agora chega às crianças, como na recente criação de um canal de TV do Hamas, um personagem imitando o Mickey Mouse foi “assassinado” brutalmente diante das câmeras por um “israelense” e uma Abelhinha “imolou-se” para combater o “Grande Satã”.
E eu me pergunto: Onde andam os sábios e pregadores islâmicos que se recolhem com medo de enfrentar esses fanáticos? Por onde andam os pensadores árabes que tanta contribuição deram para a humanidade, nas mais nobres áreas? Por que permitem que a memória de seus ancestrais e a imagem de seu Deus Justo seja atirada à lama sangrenta do fundamentalismo e do misticismo fanático?
Alá É Misericordioso, Alá É Justo, Alá É Sábio e Alá É Deus.
Jesus, um dos profetas de Alá (como o próprio Islã reconhece) Disse: “A casa de meu Pai tem muitas moradas”.
E NISSO eu acredito. Pois mesmo não sendo muçulmano ou sequer religioso, entendo que essa é a chave para convivência pacífica entre os homens e Eles, Jesus e Mohammad, também achavam. Vejam esse trecho do Corão:
“Dize: Cremos em Deus, no que foi revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às(doze) tribos, e no que, de seu Senhor, foi concedido a Moisés, a Jesus e aos profetas; não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele, muçulmanos.”
(Al-Qur´an Sagrado, 3ª Surata, versículo 84)
E você leitor o que pensa sobre isso?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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