Acho que foi a terceira tentativa.
Dessa vez, pra não haver pressão, peguei na biblioteca.
Comecei a ler em uma madrugada insone. Devorei cem páginas, afinal, um livro sem pausas precisa ser lido de uma tacada só.
Cansei, tive sono, parei.
Quando o peguei novamente, havia perdido o fôlego. Insisti. Fui até a página 200, bem devagar. E a história piorou: passou a girar em torno de fuzila-não-fuzila, vai-volta-de-guerra… Sem graça. Ainda se tivesse descrições boas das guerras, algo que desse um pouquinho mais de emoção. Ou um pouco menos de sentimentalismo. Um pouco mais de realidade.
Qualquer um que me leia há mais tempo sabe o quanto eu gosto de realismo mágico, real maravilhoso, literatura fantástica, literatura latinoamericana. Entretanto, por mais que eu goste dessas bizarrices, acredito que o elemento fantpastico deve ser secundário e que os sentimentos e reações humanas devem ser realistas, verossímeis. Que sentido tem uma mulher como Amaranta? Até a página 200, nenhum. Uma personagem romântica, quase, de tão sem-graça. O problema não é a história, são as personagens, destituídas de qualquer… pitada de Borges, Sabato ou Cortázar. A idéia de botar uma família no meio do nada e contar sua história por gerações é cansativa. Acho que só suportei o Tempo e o Vento porque o Sergius conta muito bem a história, deixou-me com vontade de ler. Como nenhum dos meus professores nunca incentivou a leitura do Marquez e, se o citaram no Ficciones, eu faltei, não tenho o mínimo interesse na obra.
Percebi também que não vale o sacrifício. Tenho mil coisas para ler, não perderei cem anos da minha vida (tava demorando… ) com esse livro.