DESARMAMENTO, A VERDADE QUE NINGUÉM QUER E UMA CORTINA DE FUMAÇA.

ESN: 16675-080201-838850-87

 

violência

 

Em um comentário feito no meu artigo sobre o massacre ocorrido na escola de Realengo, aqui no Rio, semana passada; o leitor e amigo Francisco Amado levantou uma questão interessante. Ele dispara: ”Sabe o que deveria ser debatido na imprensa sensacionalista: Por que diabos o país mais armado do mundo tem menos mortes”? Também, em seu blog, ele escreve um artigo bem elucidativo sobre a falácia do desarmamento.

Lendo o artigo e acompanhando o show de idiotices apresentado por “especialistas”, “políticos”, “celebridades” e outras “figurinhas fáceis” que aparecem na TV, no rádio e nos jornais – vomitando asneiras sem nenhum dado científico concreto – sempre que uma tragédia como esta se abate sobre o brasileiro; chega-se a conclusão de que tudo não passa de uma cortina de fumaça.

A verdade que ninguém parece querer mostrar é que o volume de armas em nada interfere com a violência e, muito pelo contrario do que afirmam os “especialistas” em alguns lugares onde as armas imperam, a violência até diminuiu quando as restrições de posse e porte caíram.

Todos esses especialistas são unânimes em citar os EUA como exemplo do que não se deve fazer em relação às armas. Mas, nenhum deles tem a coragem de dizer que a verdade é uma só: Mesmo os EUA tendo população maior do que a nossa e muito mais armada (em alguns estados, você compra rifles de assalto pelo correio), as taxas de homicídio são infinitamente menores do que as nossas.

Duvida?

Os EUA são o nono país em homicídios por arma de fogo. O Brasil, com uma das leis de posse e porte (praticamente impossível obtê-lo) mais restritivas do planeta somos os campeões mundiais em homicídios de jovens (veja) e estamos em quarto lugar no ranking mundial de homicídios (veja).

Na Suíça e em Israel, por exemplo, as armas são praticamente obrigatórias em todas as casas. E não se tratam de armas leves (revólveres e pistolas), mas sim de espingardas automáticas e fuzis de assalto; nesses países os índices de homicídio são pífios em comparação com os nossos.

 

razões da violência

 

Se verificarmos os números de duas cidades famosas mundialmente – Nova York (EUA) e Rio de Janeiro – a coisa fica ainda mais gritante. Em 2010, ano em que o Rio de Janeiro teve a menor taxa de homicídios em dezessete anos; morreram 5.717 pessoas. Em Nova York, que no mesmo período experimentou um aumento de 13% na taxa de homicídios, foram assassinadas 532 pessoas.

Entre os quinze países onde há mais homicídios de jovens o Brasil está entre os líderes. EUA, Israel e Suíça sequer são citados.(Aqui)

Mas, se não são as armas, porque há tantos homicídios no Brasil?

Essa é a pergunta de um bilhão de dólares. E sua resposta é a verdade por trás da cortina de fumaça dessas propostas de desarmamento.

Como? Eu explico:

A coisa é feita da mesma forma que se cria o IDEB – que leva em conta, entre outros fatores a taxa de aprovação escolar e, ao mesmo tempo, se introduz a aprovação automática ou, onde ela não existe, os professores são praticamente obrigados a aprovar qualquer aluno sem base ou ainda a direção da escola “cria meios” que viabilizem a aprovação como forma de elevar o índice, faturar verbas e para que a “revolução da educação” seja alardeada aos quatro ventos. Ou ainda da mesma forma que órgãos públicos apanhados em desvios e infestados pela corrupção são simplesmente fechados sem que se investigue ou se puna qualquer pessoa.

É assim, que o nosso “jeitinho” corroeu os alicerces de nossa sociedade e hoje transforma honestos, probos e trabalhadores em otários; alçando verdadeiros crápulas e escroques à condição de “excelências”.

A cortina de fumaça é lançada na mídia pelos políticos e por seus “especialistas” para afastar as massas da dura verdade que é a ineficiência e a incompetência do Estado Brasileiro em proteger o seu cidadão da sanha dos criminosos; sejam eles sujos assaltantes de rua ou grandes empresários corruptores e políticos que moram em seus bolsos, matando milhares com seus roubos e desvios de verbas.

Toda culpa jogada nas armas visa esconder o fato de que a polícia brasileira só elucida 3% dos crimes cometidos no país. Mesmo ao se revelar esse vergonhoso percentual; pretende-se acobertar o fato inacreditável de que esse índice contempla apenas os crimes de autoria conhecida; ou seja, os 3% de crimes elucidados só o são porque seus autores já eram conhecidos no ato do cometimento do crime ou logo depois (confissões).

 

judiciário arcaico

 

Outro dado estarrecedor que se deseja esconder com a falácia do desarmamento é que, dentro desses 3% de crimes solucionados com autoria conhecida, somente uma pequena parte chega efetivamente a uma condenação. Estima-se que só um terço desses crimes se transforme em cadeia por problemas com a elaboração do inquérito, deficiências na produção de provas e outros detalhes técnicos provocados pela má qualidade do trabalho policial (veja).

Mesmo quando um criminoso vai efetivamente para a cadeia; temos uma legislação feita “de pai para filho”. Repleta de equívocos, paternalismos e que ainda pensa no criminoso como “uma vítima da sociedade” e não o contrário.

Quando você pergunta por quais motivos os EUA têm mais armas, mais habitantes e, mesmo assim, menos mortes; a resposta fica clara quando certas informações chegam ao seu conhecimento: A taxa de elucidação de crimes é de 70% – em alguns estados chega a 80% ou mais – a polícia reprime qualquer crime com a mesma eficiência; a investigação é meticulosa e tecnicamente cuidadosa; o criminoso é preso e cumpre longas penas com poucos benefícios; os condenados não têm sigilo postal e todas as suas conversas – inclusive com advogados – são monitoradas. A coisa fica ainda pior se tirarmos como parâmetro a Inglaterra, lar da melhor polícia do mundo, lá a taxa de elucidação de crimes é de 95%.

A política da Tolerância Zero funciona com a seguinte lógica: se uma janela for quebrada em uma rua e nada for feito a respeito disso, alguns jovens podem começar a achar que têm carta branca para quebrar outras janelas e cometer pequenos atos de vandalismo. Com o tempo, o bairro ganharia fama de decadente e perigoso. Os cidadãos amedrontados ficariam longe da área e os criminosos ganhariam uma base para suas operações, abrindo espaço para que viciados se amontoassem pelas ruas e cometessem crimes diversos (notou alguma semelhança com as Cracolândias Brasil a fora?). Além disso, o policiamento mais repressivo e mais presente inibe eficientemente a ação dos criminosos (vimos isso com clareza nos grandes eventos em que a presença maciça, da polícia e das forças armadas, nas ruas derrubaram drasticamente os índices de criminalidade aqui no Rio). e impede seu estabelecimento em pontos fixos de determinados bairros.

O grande problema é que, para isso ocorrer, os políticos têm de trabalhar em prol da sociedade e abdicar, pelo menos por alguns momentos, da construção de suas fortunas pessoais e das negociatas a que se dedicam. Aprovar leis mais eficientes e punições verdadeiramente pesadas para crimes violentos (outro problema grave, pois a maioria legisla temendo ser vítima de suas próprias leis no futuro).

A realidade nua e crua se traduz em números: Nesses dez anos em que o Estatuto do Desarmamento está em plena vigência e a compra e posse de armas e munições no Brasil foi drásticamente restrit,a a taxa de homicídios cresceu mais de 17% (de 41.950 em 1998 para 50.113 em 2008). (Leia)

Bandido não compra arma em loja; bandido não cadastra (e muito menos recadastra) arma; bandido não se desarma; bandido não liga para a lei e nem se você é a favor do desarmamento. Não são as armas que matam. É a impunidade. É a ineficiência do Estado. É a inércia dos políticos e dos cidadãos. É o Judiciário arcaico. São as leis brandas e paternalistas demais. É o uso político da Segurança Pública. É a incompetência e o desaparelhamento das polícias. É a impunidade.

Enfim, você pode ser mais um a vagar perdido e sufocado pela fumaça jogada por eles. Mas, se você leu esse texto e acompanhou os dados indicados, saberá que está sendo enganado por vontade própria. Talvez porque você seja um alienado, talvez porque simplesmente não ligue ou talvez porque é mais bonito fazer uma passeata de branco e gritar pelo desarmamento do que encarar a realidade nua e crua de que te fizeram de bobo esse tempo todo.

Pense nisso e não se deixe mais manipular.

 

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Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visâo Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite atravéz daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com

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