DEPRIMIDOS, PIADAS E OUTRAS COISAS ENGRAÇADAS.

ESN: 16675-080201-838850-87

Álvaro Lins teve a prisão preventiva decretada novamente. Agora, sem o artifício do Foro Privilegiado para escudá-lo, o destino óbvio era a cadeia. Não é mesmo?

Talvez até fosse. Mas, aqui no Brasil, as coisas são engraçadas e os criminosos vêem as nossas leis como meras piadas escritas num pedaço de papel higiênico. Quando a polícia chegou para prendê-lo, encontrou a resposta do advogado: “Ele está deprimido e encontra-se internado numa casa de saúde”.

Num país sério, a polícia iria até a “casa de saúde” efetuaria a prisão e recolheria o senhor Álvaro a um psiquiatra forense que determinaria a veracidade ou não de seu estado. Sendo atestada a “depressão”; o acusado seria encaminhado ao hospital penitenciário para “tratamento”.

Mas aqui não. Aqui; eles ficam “deprimidos”; vão para uma clínica particular e se internam. Nossa justiça simplesmente acata, manda flores e um cartão de melhoras e fica “tudo certo”. Se o acusado estiver planejando uma fuga; terá tempo de sobra para planejar com cuidado e agir na mais completa segurança. Enquanto isso, o juiz e a polícia aguardam “a alta médica”.

Segundo o inquérito encaminhado pelo Ministério Público, esse “senhor deprimido”, já vem atuando a favor do crime desde os tempos em que era Policial Militar. Isso mesmo, Álvaro Lins era tenente da Polícia Militar e foi envolvido, denunciado e processado por corrupção na Justiça Militar por ter seu nome citado na famosa “Lista do Bicho”. Uma agenda com nomes de várias autoridades e policiais que recebiam propina dos bicheiros e foi apreendida na fortaleza de Castor de Andrade. (Processo 9104/1994, Auditoria Justiça Militar). E esse fato foi suficiente para que ele fosse rejeitado na avaliação para assumir como delegado de polícia em 1997. Mas, “estranhamente” o governador da época (Marcelo Alencar) o nomeou assim mesmo para o cargo.

As alegações de Garotinho de que não conhecia o histórico do (hoje) deprimido Álvaro; caem por terra ao analisar-se que todas essas informações estão disponíveis para consulta e são verificadas sempre que há uma promoção ara o funcionário. A sua carreira meteórica na Polícia Civil deu-se justamente sobre a égide dos governos Garotinho/Rosinha. E com apenas dois anos de exercício do cargo de delegado; Álvaro Lins já era “Chefe de Polícia”. Ou seja, mesmo com um histórico desabonador; com pouco tempo de exercício da função de delegado e sem ter se destacado em nenhuma atividade policial positivamente; o (hoje) deprimido Álvaro Lins transformou-se no “homem forte” da segurança do Rio de Janeiro.

Mas, infelizmente, será assim por um longo tempo ainda. Até que homens de verdade e com coragem de sobra empunhem a bandeira da moralidade e da retidão no trato com a “coisa pública”. Até lá, ainda veremos muitos deprimidos entristecidos por terem perdido a chance de manter seus planos bem azeitados.

Álvaro Lins, agora recorrerá ao Supremo Tribunal Federal para tentar reaver seu mandato. Quem sabe por lá, ele encontra a guarida e o abrigo que tanto deseja. Afinal de contas; hoje é um homem rico, é um ex-político e sabe alguns podres. Certamente, pela ótica de nossas supremas cortes, já se enquadra na categoria de “cidadão” que deve ter seus “direitos preservados” até que se prove o contrário.

O Brasil é ou não é uma terra de coisas engraçadas?

Pense nisso.

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DEPRIMIDOS, PIADAS E OUTRAS COISAS ENGRAÇADAS.

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